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27 de abr. de 2020

40 Dias em Casa: Agora eu Sei o que é Quarentena!

40 Dias em Casa: Agora eu Sei o que é Quarentena!


Quando o meu chefe disse que iríamos começar a fazer trabalho remoto, por conta da quarentena de combate ao Coronavírus, eu nunca imaginei que passaria 40 dias trancada em casa. Sabe aquela história de achar que a quarentena iria durar somente uns 4 dias? Pois é. Achei que seria assim. Mas não foi. Já estou até brincando com a Evie, minha gatinha, de esconde-esconde no manjericão da horta. E pior: teoricamente minha "quarentena" não tem data para acabar. 

Sei a importância de ficar em casa nesse momento e me sinto privilegiada em poder fazer o que recomendam os médicos e a Organização Mundial da Saúde. Ficar em casa é a melhor medida de contenção do avanço do Covid-19. É o que eu posso fazer para contribuir para o fim da pandemia. Se você está no mesmo barco, espero que também esteja aproveitando bastante esse tempo (e lavando bem as mãos).

Evie ajudando a mamãe a fazer o trabalho remoto e a escrever para o Vida de Cozinheiro.
Claro, não são férias. Pelo contrário. Além de executar meu trabalho remoto de 8 da manhã às 2 da tarde, estou acompanhando o dimensão da tristeza provocada pela doença. É humanamente impossível curtir o período enquanto assisto aterrorizada a contagem dos mortos. Por isso, depois de uns 30 dias com os olhos e ouvidos atentos aos noticiários nacionais e internacionais, para aliviar a minha tristeza eu resolvi ficar um pouquinho egoísta e focar em atividades que me fazem bem.

Abandonei as histórias pessoais e estatísticas da pandemia e estou colocando a leitura em dia. Minha lista de exemplares comprados e não lidos já está bem menor. Consegui terminar os livros debatidos pelo Tempero de Palavras em 2019, nos encontros dos quais eu não pude participar. E ainda deu para ler outras preciosidades que eu pretendo indicar para as minhas amigas do meu querido clube de leitura.

Leitura em dia, um dos saldos positivos dessa quarentena.
Também participei do primeiro encontro virtual Tempero de Palavras. Depois de uma tarde olhando para a tela do computador eu percebi que para ficar junto não precisa, necessariamente, estar fisicamente próximo. Durante o nosso encontro, as palavras viraram abraços reais e esse carinho confortou a minha alma. Sentimos, de pertinho, esse bem que uma boa amizade nos faz. Um tempo eternizado pela foto e registrado, para sempre, em nossos corações.

O Tempero de Palavras é mais que uma reunião sobre livros. É um compartilhamento de vivência de pessoas incrivelmente generosas. São encontros que mudam o meu mundo e que deixam a minha Vida de Cozinheiro ainda mais feliz. Participe você também.

Participando do primeiro encontro virtual do Tempero de Palavras. Muito obrigada, meninas. Sintam-se novamente abraçadas.
Também ando cozinhando mais, comendo mais e engordando além do que eu gostaria. Parei com o pilates e ainda não considero prudente sair para andar de bicicleta. Mas não estou preocupada com isso não. Faz parte. Para não ter que sair de casa também voltei a fazer o meu pão de máquina, um hábito que, por preguiça, eu tinha abandonado no ano passado.

E não foi só isso que deixou minha Vida de Cozinheiro mais movimentada. A cozinha aqui de casa ganhou brilho novo. O maridão, que até então só se arriscava de vez em quando fazendo o hambúrguer mais incrível do planeta ou o melhor jantar japonês, agora decidiu que quer se especializar em gastronomia asiática.

Macarrão de arroz, carne de porco, cebolinha, kani-kama, molho de soja e bacon.
Desde que provamos comida vietnamita em Berlim que o Thiago fala em cozinhar esse tipo de prato. Mas nunca encontrou tempo ou vontade suficiente para colocar o projeto em prática. Agora, que não podemos mais frequentar restaurantes e provar essas delícias, o maridão resolveu criar suas próprias versões dos pratos orientais. Foi no La Palma, um mercadinho incrível que existe aqui em Brasília, e comprou vários ingredientes, alguns deles que nunca tinham entrado na nossa dispensa.

A alegria de fazer e depois comer o que se faz parece que contagiou de uma vez por todas o Thiago. Agora ele não sai mais da cozinha. Fica perto de mim para ver como faço as preparações, pergunta sobre medidas e substituições e logo em seguida que termina um prato já começa a sonhar com a execução da próxima receita. É a quarentena revelando talentos.

Olha a alegria do maridão começando os trabalhos do nosso jantar japonês.
E que talento! Até o café da tarde virou refeição imperdível. Nunca comi bolos tão bons em toda a minha vida. Cada semana é uma novidade: bolo de cenoura, de chocolate, de milho... E as caldas? Já teve de chocolate feita com água e açúcar, já teve ganache, já teve calda de limão a agora Thiago anda pensando em uma nova cobertura que, por enquanto, é segredo. As fotos dos bolos eu ando colocando quase todo dia lá no Instagram do Vida de Cozinheiro.

Aqui em casa, em tempos de quarentena, até arroz com ovo virou almoço especial. Servir a comida no prato de um jeito especial também é resultado desse tempo "ocioso". Meu “empratamento” não ficou perfeito. Estou longe de ser master chef. Mas tudo bem. Não estou competindo mesmo. O carinho é para expressar o meu amor pelo maridão.

Minha versão do famoso arroz Chau-Chau. Já que não posso ir ao restaurante, quero deixar o prato bonito.
A receita não tem mistério. É uma espécie de “Arroz Chau Chau”. Fiz com o arroz japonês, mas fiquei com preguiça de fritá-lo como manda o passo a passo do tradicional prato de Cantão. Ainda assim, está valendo. Ficou ótimo! Arroz, ovo, bacon e cebolinha. Para acompanhar, filé, um bom vinho rosé e o maridão.

Além da comilança tem a TV. Não podemos nos esquecer dela. Em tempos de isolamento domiciliar não nos resta muito o que fazer além de assistir TV. Claro, não precisa ser a TV aberta e nem os canais comerciais. Aqui em casa a TV está mais sintonizada no YouTube do que na Sky. Ando aproveitando o tempo para colocar em dia todos os vídeos dos canais que eu adoro, como os do "Buenas Ideias", os do "Tempero Drag", os do "Meteoro Brasil" e os do "Greg News".

Blue Girl, um dos filmes que assisti no Biff, o Festival Internacional de Cinema de Brasília. Foto: BIFF divulgação.
Também acompanhei uma inovação do mundo da Sétima Arte. Assisti a quase todos os filmes do Biff, o Festival Internacional de Cinema de Brasília, que nessa sétima edição foi totalmente online e gratuito. Um dos longas que mais gostei e que tem muito a ver com essa perseverança necessária em tempos difíceis é "Blue Girl", do diretor Keivan Majidi. O documentário iraniano conta a história do empenho das crianças de uma aldeia montanhosa do Curdistão para construir um campo de futebol. Simples e emocionante. Recomendo.

Outro tema necessário à mente sã que invadiu a nossa sala, e vem deixando nossa quarentena feliz, é a música. Não sei se você gosta, mas acompanhar a live do Jack Johnson no último sábado, durante a edição online do "Kokua Festival 2020", foi um dos pontos altos desse meu isolamento. Durante cerca de 3 horas músicos incríveis como Ben Harper, Ziggy Marley, Eddie Vedder e Willie Nelson se juntaram a Jack Johnson numa comemoração pelos 50 anos do Dia da Terra e em apoio a Kokua Hawaii Foundation.
           

A live também espera contribuir para a arrecadação de fundos para programas que ajudam a promover a segurança alimentar e os sistemas alimentares locais no Havaí. As doações estão sendo recebidas durante toda essa semana através do link da Kokua Hawaii Foundation, divulgado pelo próprio Jack Johnson no Facebook dele.

Ou seja, live mais alinhada com essa minha Vida de Cozinheiro impossível. Sem falar que as músicas de Jack Johnson são a trilha sonora dessa minha história com o maridão, em especial "Better Together". Porque sim, é sempre melhor quando estamos juntos de quem amamos.

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