Quando o meu chefe disse que iríamos começar a fazer trabalho remoto, por conta da quarentena de combate ao Coronavírus, eu nunca imaginei que passaria 40 dias trancada em casa. Sabe aquela história de achar que a quarentena iria durar somente uns 4 dias? Pois é. Achei que seria assim. Mas não foi. Já estou até brincando com a Evie, minha gatinha, de esconde-esconde no manjericão da horta. E pior: teoricamente minha "quarentena" não tem data para acabar.
Sei a importância de ficar em casa nesse momento e me sinto privilegiada em poder fazer o que recomendam os médicos e a Organização Mundial da Saúde. Ficar em casa é a melhor medida de contenção do avanço do Covid-19. É o que eu posso fazer para contribuir para o fim da pandemia. Se você está no mesmo barco, espero que também esteja aproveitando bastante esse tempo (e lavando bem as mãos).
Claro, não são férias. Pelo contrário. Além de executar meu trabalho remoto de 8 da manhã às 2 da tarde, estou acompanhando o dimensão da tristeza provocada pela doença. É humanamente impossível curtir o período enquanto assisto aterrorizada a contagem dos mortos. Por isso, depois de uns 30 dias com os olhos e ouvidos atentos aos noticiários nacionais e internacionais, para aliviar a minha tristeza eu resolvi ficar um pouquinho egoísta e focar em atividades que me fazem bem.
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Evie ajudando a mamãe a fazer o trabalho remoto e a escrever para o Vida de Cozinheiro. |
Abandonei as histórias pessoais e estatísticas da pandemia e estou colocando a leitura em dia. Minha lista de exemplares comprados e não lidos já está bem menor. Consegui terminar os livros debatidos pelo Tempero de Palavras em 2019, nos encontros dos quais eu não pude participar. E ainda deu para ler outras preciosidades que eu pretendo indicar para as minhas amigas do meu querido clube de leitura.
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Leitura em dia, um dos saldos positivos dessa quarentena. |
O Tempero de Palavras é mais que uma reunião sobre livros. É um compartilhamento de vivência de pessoas incrivelmente generosas. São encontros que mudam o meu mundo e que deixam a minha Vida de Cozinheiro ainda mais feliz. Participe você também.
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Participando do primeiro encontro virtual do Tempero de Palavras. Muito obrigada, meninas. Sintam-se novamente abraçadas. |
E não foi só isso que deixou minha Vida de Cozinheiro mais movimentada. A cozinha aqui de casa ganhou brilho novo. O maridão, que até então só se arriscava de vez em quando fazendo o hambúrguer mais incrível do planeta ou o melhor jantar japonês, agora decidiu que quer se especializar em gastronomia asiática.
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Macarrão de arroz, carne de porco, cebolinha, kani-kama, molho de soja e bacon. |
A alegria de fazer e depois comer o que se faz parece que contagiou de uma vez por todas o Thiago. Agora ele não sai mais da cozinha. Fica perto de mim para ver como faço as preparações, pergunta sobre medidas e substituições e logo em seguida que termina um prato já começa a sonhar com a execução da próxima receita. É a quarentena revelando talentos.
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Olha a alegria do maridão começando os trabalhos do nosso jantar japonês. |
Aqui em casa, em tempos de quarentena, até arroz com ovo virou almoço especial. Servir a comida no prato de um jeito especial também é resultado desse tempo "ocioso". Meu “empratamento” não ficou perfeito. Estou longe de ser master chef. Mas tudo bem. Não estou competindo mesmo. O carinho é para expressar o meu amor pelo maridão.
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Minha versão do famoso arroz Chau-Chau. Já que não posso ir ao restaurante, quero deixar o prato bonito. |
Além da comilança tem a TV. Não podemos nos esquecer dela. Em tempos de isolamento domiciliar não nos resta muito o que fazer além de assistir TV. Claro, não precisa ser a TV aberta e nem os canais comerciais. Aqui em casa a TV está mais sintonizada no YouTube do que na Sky. Ando aproveitando o tempo para colocar em dia todos os vídeos dos canais que eu adoro, como os do "Buenas Ideias", os do "Tempero Drag", os do "Meteoro Brasil" e os do "Greg News".
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Blue Girl, um dos filmes que assisti no Biff, o Festival Internacional de Cinema de Brasília. Foto: BIFF divulgação. |
Outro tema necessário à mente sã que invadiu a nossa sala, e vem deixando nossa quarentena feliz, é a música. Não sei se você gosta, mas acompanhar a live do Jack Johnson no último sábado, durante a edição online do "Kokua Festival 2020", foi um dos pontos altos desse meu isolamento. Durante cerca de 3 horas músicos incríveis como Ben Harper, Ziggy Marley, Eddie Vedder e Willie Nelson se juntaram a Jack Johnson numa comemoração pelos 50 anos do Dia da Terra e em apoio a Kokua Hawaii Foundation.
A live também espera contribuir para a arrecadação de fundos para programas que ajudam a promover a segurança alimentar e os sistemas alimentares locais no Havaí. As doações estão sendo recebidas durante toda essa semana através do link da Kokua Hawaii Foundation, divulgado pelo próprio Jack Johnson no Facebook dele.
Ou seja, live mais alinhada com essa minha Vida de Cozinheiro impossível. Sem falar que as músicas de Jack Johnson são a trilha sonora dessa minha história com o maridão, em especial "Better Together". Porque sim, é sempre melhor quando estamos juntos de quem amamos.
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