Salsicha com mostarda! Essa é uma das melhores lembranças que tenho da capital austríaca. Claro que Viena não é só isso. A cidade é lindíssima, bem estruturada, arborizada e vibrante.
Lá eu andei de roda gigante, visitei o excelente Museu Albertina, aprendi lições importantes sobre coletividade e me encantei com as feirinhas de natal. Mas a minha maior surpresa foi mesmo o sabor da iguaria servida com mostarda e acompanhada de uma deliciosa cerveja artesanal.
Lá eu andei de roda gigante, visitei o excelente Museu Albertina, aprendi lições importantes sobre coletividade e me encantei com as feirinhas de natal. Mas a minha maior surpresa foi mesmo o sabor da iguaria servida com mostarda e acompanhada de uma deliciosa cerveja artesanal.
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Salsicha com cerveja artesanal do Bitzinger, em Viena. |
Fico pensando: como pode uma preparação tão simples se destacar tanto? O embutido, que é um tipo de linguiça, é a cara da cidade. Tão despojado quanto o Bitzinger, um dos vários quiosques que servem o produto.
A micro lanchonete fica na Albertinaplatz, em frente ao Museu Albertina, e é uma das mais famosas de Viena por conta do coelho verde que se destaca em cima do telhado. Um ótimo lugar para se fazer uma refeição rápida, comendo em pé e apreciando a movimentação do centrinho da cidade.
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Para chegar no Bitzinger é só sair do Museu Albertina, em Viena, e atravessar a rua. |
Diminutivo que, nesse caso, se refere mesmo ao tamanho. Viena é bem pequena, mas tem uma grandeza que encanta. É uma rua mais charmosa que a outra. Assim, abrir um sorriso a cada nova esquina cruzada torna-se inevitável.
A sensação é de que voltamos vários séculos no tempo e que paramos num espaço tranquilo. No inverno, então, parece que Viena fica ainda mais bonita.
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Passear por Viena no inverno é um programa bem agradável. |
Isso sem falar na grata surpresa que o frio nos preparou. Saímos do aeroporto e já vimos neve. Só de ver os flocos caindo, abri outro sorrisão. Alegria que se transformou em felicidade quando eu me deparei com a fachada da Catedral de Santo Estêvão.
Os vitrais são lindos por fora e deslumbrantes vistos de dentro da igreja. Já até contei um pouquinho desse amor à primeira vista na matéria "Clássicos Austríacos da Gastronomia e da Música".
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A Catedral de Viena é uma das igrejas mais belas que visitei nessa minha Vida de Cozinheiro pelo mundo. |
A linda construção, para mim, só perde para a Catedral de Praga, na República Tcheca. São torres, arcos e vitrais imponentes e, ao mesmo tempo, delicados. Características que, curiosamente, também se aplicam à iguaria "salsicha com mostarda" que inspirou esse post.
Esse clássico austríaco é servido em vários restaurantes da cidade. Nós aproveitamos para provar a dupla depois da nossa visita ao Museu Albertina e essa é outra dica que vale a pena ser contada.
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O maridão é minha melhor companhia. É muito bom ser casada com alguém que curte as mesmas coisas. |
O Albertina já pode ser considerado um ponto turístico de visitação obrigatória somente pelo prédio. O palácio, de estilo neoclássico, foi construído em 1776 e, durante 100 anos, foi a residência dos arquiduques de Habsburgo, a principal dinastia da Áustria. O lugar foi parcialmente destruído durante a Segunda Guerra Mundial e depois foi completamente restaurado.
Essa casa real pode ser visitada, juntamente com as obras de arte do período. Os vinte quartos ocupados pe pela família Habsburg, criteriosamente restaurados, revelam toda a suntuosidade do classicismo. Destaque para os lustres, para os papéis de parede, para o impecável trabalho de marchetaria e para os móveis requintados.
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Salão das Musas e outros três quartos de Estado do Museu Albertina. Fotos: Museu Albertina / divulgação. |
Lá eu vi bem de pertinho obras dos meus artistas favoritos: Paul Cézanne, Paul Gauguin, Edgar Degas, Marc Chagall, Edvard Munch, Pablo Picasso, Rembrandt, René Magritte e Andy Warhol. Ou seja, só pelos nomes, dá para perceber a variedade de estilos apresentados no Museu Albertina.
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Sou fã do Andy Warhol e dei sorte em ver uma mostra itinerante dele no Albertina. O quadro ao fundo é o Mercedes-Benz Formel Rennwagen W125, de 1987. |
São quadros, gravuras e fotografias dos movimentos artísticos mais importantes dos últimos duzentos anos. Expoentes do impressionismo, de pós-impressionismo, do fauvismo francês, do expressionismo, da vanguarda russa, do movimento Bauhaus...
Arrisco dizer que o Museu Albertina abriga as principais idéias artísticas pioneiras da era moderna e do presente. O Museu Albertina também possui um restaurante incrível. Eu não tive tempo de provar as delícias do DO & CO Restaurant Albertina, mas deixo essa dica registrada aqui.
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O Albertina possui um restaurante com dois ambientes. As duas áreas são igualmente charmosas. Foto: DO & CO Restaurant / divulgação. |
A coleção de Arte Gráfica do Museu Albertina é composta por mais de milhão de desenhos e impressões desde o final do gótico até o presente. Essas gravuras são uma rica visão de 600 anos de história da arte.
A coleção fotográfica não é diferente, sendo a maior e mais importante da Áustria. Mais de 100 mil registros, incluindo retrato, arquitetura, paisagem e fotografia de rua, traçam um panorama da história da fotografia desde o início da mídia até os dias atuais.
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Dois quadros de Gustav Klimt. À esquerda temos o "Ninfas", de 1899. E à direita temos "O Beijo", de 1907/1908. |
O famoso pintor austríaco Gustav Klimt também tem um quadro exposto no Museu Albertina, o "Ninfas", de 1899. Mas eu queria ver mesmo o quadro mais famoso dele: "O Beijo". Por isso fomos ao Museu Belvedere, que possui a maior coleção de obras de Gustav Klimt de todo o planeta.
Mas chegamos tarde e a visitação já tinha sido encerrada. Para não perdermos a viagem aproveitamos para contemplar o final da tarde passeando pelos belos jardins do Museu Belvedere.
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A entrada do Palácio Belvedere, em Viena, impressiona pela suntuosidade da construção. |
Quando você começa a andar pela Europa passa a achar que palácio é tudo igual. São construções muito parecidas, mas existem aqueles que tocam o seu coração. Com o Palácio Belvedere foi assim. Apesar de não ter entrado no prédio a fachada e os jardins dessa imponente obra mexeram muito comigo.
Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa extremamente romântica e apaixonada por contos de fadas. E passeando pelo Belvedere eu me senti assim, personagem de uma linda história de amor. O que não deixou de ser verdade porque estar com o maridão já é algo bem romântico. Num lugar desses, então...
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O Palácio Belevedere e o seu reflexo ficam ainda mais belos através do olhar do maridão fotógrafo. |
O Palácio Belvedere foi construído seguindo o estilo francês, com inspiração no famoso Palácio de Versalhes, para ser a residência de verão do Príncipe Eugenio de Saboya.
O conjunto arquitetônico do Belvedere é formado por dois palácios, o Alto Belvedere (ou Belvedere Superior) e o Baixo Belvedere (ou Belvedere Inferior) unidos por um enorme e suntuoso jardim. Os dois edifícios foram transformados em museus e até a antiga estufa do palácio, chamada de Belvedere 21, hoje recebe exposições itinerantes.
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Queria muito ter visto as obras do Palácio Belvedere, em Viena. Mas tudo bem, fica para um próximo embarque... |
Quem visita o complexo do Palácio Belvedere tem a oportunidade de ver de perto pinturas austríacas e internacionais, desde a Idade Média até os dias de hoje. São obras de expoentes renomados como Egon Schiele, Claude Monet e Vincent Van Gogh. Outra coleção importante que merece destaque é a Viena Biedermeier. São obras que marcam o período da ascensão da classe média na Europa Central entre os anos de 1815 a 1848.
Infelizmente não vimos nada disso porque o Belvedere já estava fechado e no outro dia seguimos, bem cedinho, para Praga. Confesso que fiquei um pouco chateada. Mas viajar é isso: você nunca vai ver tudo.
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A capital austríaca vista do alto é ainda mais bonita. A foto foi tirada na famosa roda-gigante de Viena. |
Mas uma coisa eu te garanto: o que você conhecer, provar ou vivenciar vai mudar para sempre a sua visão de mundo.Experiências que eu ando doida para ter novamente. Estávamos planejando conhecer o leste europeu desde que voltamos da Europa Central. Mas agora, com as portas do Velho Continente fechadas para os brasileiros, não sei quando poderemos fazer esse nosso Próximo Embarque.
Até lá, sigo alimentada pelas belas lembranças de nossa passagem por Viena. As recordações dessa nossa deliciosa passagem pela capital austríaca estão no blog do maridão e nesse vídeo no canal do Próximo Embarque no YouTube:
É bom sempre lembrar que no PróximoEmbarque.com você confere as melhores dicas de viagem que deixam essa minha Vida de Cozinheiro pelo mundo mais fácil, interessante, divertida e barata.
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