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11 de out. de 2018

O mercado quer seduzir você!

O mercado quer seduzir você!


Hoje é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. E eu não podia deixar de registrar a data. Aproveito também para destacar o Dia das Crianças, comemorado amanhã, e foco num assunto bem sério que ando percebendo quando vou ao supermercado: comida infantil como símbolo de status.

Criança não quer mais levar na merendeira suco natural, fruta ou pão integral feito em casa. Elas querem é o leite fermentado de caixinha ou o refrigerante, o biscoito recheado da embalagem colorida e os salgadinhos no formato de amuletos da sorte.

Certo aí, só a banana. Foto: Ian T Edwards / Flickr.
Tudo comida enlatada e todas com rótulos enfeitados por expressões bonitas do tipo "+ cálcio", "vitaminado", "força e energia". Isso sem falar no preço. Com o dinheiro gasto num bolinho recheado eu faço pão caseiro para a semana inteira.

E as mães e pais, na fila do caixa, por falta de tempo ou desconhecimento, vão cedendo à vontade dos filhos. Aliás, tem lugar pior pra ficar parado com uma criança que uma fila de mercado? Pode perceber: a maioria dos produtos expostos ali é direcionada ao público infantil.

A maior concentração de doces e balas está nos caixas. Foto: Dillian Bamman / U.S. Force Photo / Creative Commons.
É, caro leitor, as grandes redes sabem como seduzir o seu filho e você, infelizmente, tem grande chance de cair na cilada. E tem mais: praticamente tudo que está exposto naquelas gôndolas convidativas é impróprio para o consumo, principalmente dos pequenos.

Por isso que hoje, nesse dia tão emblemático, estou reforçando a importância de combatermos esse hábito de uma vez por todas.

Combater a obesidade do adulto é bom mais difícil. Foto: Luis Miguel Bugallo Sánchez / Creative Commons / Wikipedia.
Não adianta ceder às birras e ir "empurrando com a barriga" essa escolha do lanchinho da criança porque a tendência do problema é só aumentar. Uma criança "gordinha", provavelmente, será um adolescente e um adulto obesos.

Se você foi um adolescente acima do peso, ou teve algum amigo que era, sabe do que eu estou falando. Criança é cruel mas adolescente é pior. E o adolescente, em vez de combater os quilos tende a se isolar da sociedade e tem uma chance significativa de se tornar depressivo.

Atividade física é importante no combate da obesidade. Foto: Lorrie Graham / AusAID / Creative Commons / Wikipedia.
De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 35% da carga de morbidade no mundo se origina na adolescência. E a estatística vai além: em 80% dos casos de depressão entre adultos, esta doença também começou a se manifestar na adolescência.

E essa realidade é ainda mais preocupante. Ainda segundo o estudo, divulgado pela OMS, desordens como anorexia, bulimia, baixa autoestima, automutilação, ansiedade e a depressão alcançam dimensões quase epidêmicas entre os adolescentes.

Levar seu filho ao supermercado é importante. Foto: USDA Food Nutrition Service / Flickr.
Portanto, caro leitor, se você tem filho pequeno a hora é agora! Daqui há pouquíssimo tempo, quando ele virar adolescente, só vai fazer o que quiser e, se for obeso, tem tudo para ser depressivo e doente. Ele precisa ser disciplinado desde pequeno e educação alimentar é parte desse importante processo.

Mas não é só este ensino que resolve. Aliás li outro dia uma frase que eu adorei: "você é o adulto que deseja que seus filhos se tornem um dia?".

Se o seu almoço for assim o do seu filho também será. Foto: Sérgio Amaral / MDS / Flickr Consea.
A citação é do livro "A Coragem de Ser Imperfeito" da Brené Brown, uma indicação da queridíssima Ana Holanda. Leitura que faz bem pra alma. Recomendo.

O livro deixa claro que dar o exemplo também faz uma diferença enorme na vida do seu filho. Não é uma obra sobre comida mas aproveito a ideia para sugerir atitudes simples que costumam ser bem eficientes em relação à concretização dos hábitos alimentares dos pequenos.

Ajude o seu filho a gostar de saborear uma fruta. É tão bom, né? Foto: Nicole Roberts / U.S. Force Photo / Creative Commons.
Uma ação básica (e difícil, não nego) seria levar seu filho ao supermercado, conseguir driblar os paredões de processados e ultraprocessados, chegar ao final da loja, na seção dos verdinhos, e apresentar os alimentos frescos à criança.

Apresentar os alimentos saudáveis ao seu filho é um ótimo começo. Foto: Dennis Spain / U.S. Force Photo / Creative Commons.
Pode parecer irreal, mas o documentário "Muito Além do Peso", produzido pela Maria Farinha Filmes, revelou que muita criança nunca viu um tubérculo in natura e acredita que batata é o que vem no saquinho, acrescida de gordura, sódio e conservantes.

Sei que é difícil acreditar mas tem muito pequeno que não conhece o gosto de uma simples batata. Será que o seu filho se enquadra nessa estatística?

Criança retratada no documentário "Muito Além do Peso". Foto: reprodução YouTube.
Outra prática bem interessante é ir com o seu filho para a cozinha. Na medida do possível (e das normas de segurança) seu filho pode ajudar na preparação do alimento e ele pode até se apaixonar por essa linda tarefa! 

Foi o que a minha amada vovó Neném fez comigo. E eu serei eternamente grata a ela por ter despertado em mim essa vontade de ser cozinheira.

Por mais crianças na cozinha! Foto: Lauren M. Hunter / U.S. Force Photo / Creative Commons.
Um amor que vem acompanhado de vários outros cuidados que também fazem a diferença no combate à obesidade.

Afinal, quando cozinhamos com a alma, normalmente queremos saborear a refeição caseira sem pressa. E priorizamos o ritual de sentar  à mesa e reunir a família. Sem TV ligada, brinquedos ou qualquer espécie de distração.

O almoço em família é uma prática saudável que deveríamos trazer de volta para a nossa vida de cozinheiro. Foto: Creative Commons / Wikipedia.
E, assim, transcendemos o significado do verbo "alimentar" transformando a necessidade num ato de amor, de união e de respeito pelo alimento. Do jeito que deve ser. Afinal, pelo menos pra mim, família é isso: cuidado, carinho, atenção, amor. 

Amor incondicional. Principalmente na hora de dizer não na fila do supermercado, quando o seu filho pegar um salgadinho ou um pacote de biscoito recheado.

Foto da Capa: mrd00dman / Flickr

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