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7 de jun. de 2018

Comida: direito e dever de escolha!

Comida: direito e dever de escolha!


Imagine a seguinte situação: você tem na sua frente um limão capeta e uma laranja. Você não pode cheirar e nem tocar nos dois alimentos. Tem que decidir, às cegas, qual é o de gosto doce e qual o de sabor azedo.

Nessa hora, a matemática é bem precisa: você tem 50% de chance de acertar e os mesmos 50% de errar. Pra quem não tem o hábito de comprar ou de fazer suco com essas frutas, as duas tem aparência e tamanho bem semelhantes. São, praticamente, iguais, principalmente por fora.

Para identificar, tem que conhecer. É assim com tudo na vida. Foto: creativecommons.org / pixels.com
Aí não tem mágica ou pressentimento que vai te fazer tomar a decisão correta, ainda que pressentir seja um direcionador da nossa alma.

Claro, quem já colheu as frutas no pé, ficou com as mãos cheirando à laranja ou a limão, descascou e provou essas delícias, certamente, não vai errar. Porque as duas frutas são totalmente diferentes aos olhos de quem conhece os dois alimentos. E a resposta pra isso é simples: a gente acerta quando sabe onde está "pisando".

Separar o "joio do trigo" é tarefa pra quem conhece bem os dois. Foto: Martin Poole / Getty Images / thepruceeats.com
Aliás, viver é passar por situações empíricas, não é mesmo? Você não decide melhor agora porque, de repente, ficou mais "esperto". A experiência (e os nossos erros, principalmente) nos levam à excelência. É assim comigo, com você, com seu vizinho, com Einstein, com Stephen Hawking...

Pra conhecer o alimento você tem que pegar, cheirar, provar. E quando esse produto é industrializado, a experimentação precisa ser ainda mais detalhada. Não adianta escolher o que levar pra casa pela embalagem, pelo preço ou, até mesmo, pelas "marcas confiáveis".

Não adianta passar o olho no rótulo se você não entende o que está escrito. Foto: foodnotphood.wordpress.com
Então, quando você tiver passeando com seu carrinho pelos corredores do supermercado lembre-se: só é escolha quando conhecemos o que estamos decidindo. E esse "saber" passa, necessariamente, pela leitura dos rótulos de todos os produtos que vão parar na sua cesta de compras.

Prática que pode até ser simples, mão não é fácil. Entender o que está escrito ali, principalmente nas letrinhas miúdas (que contém as informações que a indústria não quer te passar) é muito chato, confesso.

Realmente ler o rótulo de tudo atrasa as compras. Mas vale a pena. Foto: Getty Images / usatoday.com
Até você entender o que aquele tanto de "ante" (corante, estabilizante, emulsificante) significa já passou metade do tempo que você tinha pra fazer compras. Mas eu tenho uma boa notícia: isso, como tudo na vida, só acontece nas primeiras vezes.

Você precisa insistir nessa árdua tarefa de ler o rótulo de todos (reforçando, todos) os alimentos processados e ultraprocessados que você compra pra poder se familiarizar com esse universo e, assim, fazer escolhas mais conscientes.

Não vá ao mercado com fome e nem com pressa. E escolha bem o que está levando pra casa. Foto: nielsen.com
Vai por mim, quando você souber, de fato, o que é aquilo que está sendo vendido como "alimento", muitas vezes você vai desistir de tirá-lo da prateleira. Vai ficar ali, mofando. Ah, mofando não. Principalmente se o produto for ultraprocessado, que nem mofo o come.

Pra facilitar sua vida, vou te dar uma dica básica: num rótulo de composição, o ingrediente que aparece primeiro é o que existe em maior quantidade naquele produto.

Aquelas letrinhas miúdas são as informações mais importantes da embalagem. Foto: iStockphoto / noticiasominuto.com
Assim, um lindo tablete de chocolate (embalado naquele papel brilhante e pomposo), no qual a palavra "açúcar" vem em primeiro lugar, pode não valer o preço.

Essa prática se aplica a tudo. Quando você começar a ler o rótulo vai ver que a indústria vende muito "gato por lebre". Tem pão integral no qual metade da farinha usada é a branca "enriquecida", tem geleia que não tem fruta, tem requeijão engrossado com amido e quase sem queijo. O céu, infelizmente, é o limite para os absurdos da indústria alimentícia nesse país.

A indústria alimentícia, infelizmente, não está preocupada com a nossa saúde. Foto: consumerreports.org
E os motivos desse abuso são muitos: falta de conhecimento (e de interesse de todos nós, comensais), "vista grossa" feita pelo Conar (que deixa qualquer absurdo como uma propaganda de suco de caixinha "da fruta" ser veiculada em rede nacional) e uma legislação não tão rígida quanto deveria ser.

Mas nós temos o poder de mudar esse quadro. E as nossas ferramentas também são muitas. Pode até ser que a propaganda nos induza a colocar o produto no carrinho, mas somos nós que pagamos pelo que estamos levando pra casa.

É você quem escolhe o que colocar ou não no carrinho. Pense nisso. Foto: Getty Images / delish.com
Se, simplesmente, pararmos de comprar alimento de qualidade duvidosa e começarmos a priorizar os alimentos saudáveis os grandes fabricantes vão ter que correr atrás do prejuízo.

Até a Coca-Cola fez isso, lançando refrigerante adoçado com estévia. Longe daquele líquido preto ser considerado bebida, mas quando a queda das vendas começou a impactar nos lucros a fórmula imutável foi modificada, não é mesmo?

Levar as crianças para o supermercado e ensiná-las a comprar é uma boa ideia. Foto: livingwellspendingless.com
Precisamos pressionar para ver a mudança acontecer. Afinal, nenhuma empresa vai gastar com pesquisa para deixar o produto mais saudável enquanto a maioria de nós, consumidores, continuar, literalmente, engolindo qualquer coisa, né?

E por que não começar conhecendo esse novo processo de rotulagem de alimentos, que vem sendo discutido no país desde 2014? O assunto é polêmico e você pode até opinar! É o que o Vida de Cozinheiro te mostra na semana que vem. Aguarde!

Foto da Capa: Getty Images / helth.com

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