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6 de abr. de 2018

Transgênicos no campo: eu não quero!

Transgênicos no campo: eu não quero!


Muito se discute sobre a polêmica dos alimentos transgênicos. E o monopólio da gigante Monsanto no mercado de sementes mundial é um dos fatores predominantes da preocupação de ambientalistas, cientistas e produtores rurais.

Não sei se você vem acompanhando as matérias sobre o assunto aqui no Vida de Cozinheiro mas, semana passada, eu falei sobre essa questão da dificuldade que o agricultor enfrenta para comprar sementes não transgênicas para plantio de soja, milho e outras commodities.

Plantação de soja no estado de Mato Grosso. Foto: idealmt.com.br
Mas nem tudo está perdido. A Embrapa desenvolve no país, desde 2009, o Programa Soja Livre, disponibilizando sementes não transgênicas para o produtor que quiser desenvolver este tipo de cultura.

O projeto é realizado em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja/MT) e com a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange).

Cultivares não transgênicos desenvolvidos pela Embrapa. Foto: Embrapa/divulgação.
O Programa Soja Livre tem como foco o mercado de alimentos orgânicos em franca expansão, principalmente fora do país. Atualmente, a Embrapa oferece como opções cerca de 30 cultivares convencionais de soja, que podem ser plantadas em quase todas as regiões brasileiras.

Uma realidade que já vem fazendo a diferença no mapeamento agrícola nacional. Hoje, segundo a Embrapa, a soja convencional representa 11% dos produtores de soja do Brasil e 23% dos produtores do Estado do Mato Grosso.

Soja não transgênica produzida pelo programa "Soja Livre", da Embrapa. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa/divulgação.
O Instituto Soja Livre aposta não só na crescente demanda do mercado mundial por produtos orgânicos. As manobras políticas internacionais relativas à rotulagem de grãos geneticamente modificados também foram levadas em consideração.

Uma alternativa que vem em consonância com as novas demandas legais da comunidade europeia e de alguns países asiáticos em relação à segurança alimentar.

O mercado internacional já está, há tempos, optando pelos orgânicos. Foto: pxhere.com
Uma estratégia bem pensada para a nossa maior comódite agrícola já que hoje nesse cenário, segundo a Embrapa, apenas o Brasil consegue suprir a demanda do mercado externo por soja convencional.

E não é só o setor agroindustrial que está "correndo atrás do prejuízo". Órgãos do Governo Federal, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, também estão discutindo o tema. Em 2013, o CONSEA realizou o “Mesa de Controvérsias sobre Transgênicos”.

Painel organizado pelo CONSEA em 2013. Foto: reprodução site.
Três painéis discutiram as ameaças que afetam a produção e o consumo de alimentos transgênicos e com agrotóxicos no Brasil. As opiniões de especialistas, pesquisadores, representantes de governo e da sociedade civil deram origem a um documento oficial do encontro, encaminhado à Presidência da República.

Relatório oficial produzido pelo encontro "Mesa de Controvérsias", realizado pelo CONSEA em 2013.
A própria criação da Abrange, em 2008, é uma prova de que parte do agronegócio brasileiro também está preocupado com o avanço das culturas transgênicas no país. A Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados tem como missão fomentar o desenvolvimento da produção nacional do grão livre de OGM.

E a meta está, aos poucos, sendo alcançada. O Brasil, há uma década, vem se consolidando como o maior produtor certificado de grãos e derivados não geneticamente modificados, de acordo com o presidente da Abrange, César Borges de Sousa.

Produção de grãos não transgênicos é uma realidade no Brasil. Foto: Seapa-MG/divulgação.
Uma produção que, necessariamente, passa pela chancela das entidades certificadoras reconhecidas internacionalmente. E que acaba, assim, alcançando o mercado global, principalmente o europeu. Isso porque para a legislação da União Europeia, um alimento que tiver mais de 1% de material de OGMs já é considerado transgênico e acaba sendo rejeitado por grande parte da população.

Isso mesmo, no Velho Continente, a sigla OGM (ou GMO, em inglês) é "malvista" por uma parcela significativa da população. De acordo com uma pesquisa feita pelo Eurobarómetro, em 2015, 61% dos cidadãos europeus não consideram os alimentos geneticamente modificados seguros e optam pela compra de alimentos orgânicos.

Protesto contra OGMs em Bristol, no Reino Unido, em 2013. Foto: M Shields Photography/euobserver.com
Aqui no Brasil, muitas entidades relacionadas ao campo também levantam a bandeira dos orgânicos, como é o caso da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), responsável pela elaboração da “Rede Comunitária para Acesso ao Mercado pelos Produtores Orgânicos”.

O projeto visa estimular a cadeia de produção orgânica por meio de uma plataforma online, a OrganicsNet. Na rede desde 2008, o portal serve de consulta para produtores, agroindústrias e cooperativas de orgânicos. Existe até um espaço dedicado a nós, comensais, alertando sobre a importância do consumo responsável.

Plataforma online desenvolvida pela Sociedade Nacional de Agricultura. Foto: reprodução site.
A SNA também criou o Centro de Inteligência em Orgânicos, focado na identificação, análise e disseminação de informações estratégicas para produtores e demais integrantes do sistema de produção orgânica.

Questões importantes que, claro, não fazem parte da vida só de quem vive desse mercado. Os assuntos relacionados ao campo fazem parte da vida de todos nós. E é por isso que, independentemente dos avanços tecnológicos no cultivo de orgânicos e de OGMs, sociedade civil, comunidade científica, ambientalistas e políticos continuam discutindo o tema.

Tudo para tentar responder, dentre outras, uma importante pergunta: afinal, os transgênicos são bons ou ruins? Esse debate de ideias é o que você confere, aqui no Vida de Cozinheiro, na matéria da próxima semana. Aguarde!

Foto da Capa: Embrapa / divulgação

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