Muito se discute sobre a polêmica dos alimentos transgênicos. E o monopólio da gigante Monsanto no mercado de sementes mundial é um dos fatores predominantes da preocupação de ambientalistas, cientistas e produtores rurais.
Não sei se você vem acompanhando as matérias sobre o assunto aqui no Vida de Cozinheiro mas, semana passada, eu falei sobre essa questão da dificuldade que o agricultor enfrenta para comprar sementes não transgênicas para plantio de soja, milho e outras commodities.
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Plantação de soja no estado de Mato Grosso. Foto: idealmt.com.br |
O projeto é realizado em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja/MT) e com a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange).
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Cultivares não transgênicos desenvolvidos pela Embrapa. Foto: Embrapa/divulgação. |
Uma realidade que já vem fazendo a diferença no mapeamento agrícola nacional. Hoje, segundo a Embrapa, a soja convencional representa 11% dos produtores de soja do Brasil e 23% dos produtores do Estado do Mato Grosso.
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Soja não transgênica produzida pelo programa "Soja Livre", da Embrapa. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa/divulgação. |
Uma alternativa que vem em consonância com as novas demandas legais da comunidade europeia e de alguns países asiáticos em relação à segurança alimentar.
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O mercado internacional já está, há tempos, optando pelos orgânicos. Foto: pxhere.com |
E não é só o setor agroindustrial que está "correndo atrás do prejuízo". Órgãos do Governo Federal, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, também estão discutindo o tema. Em 2013, o CONSEA realizou o “Mesa de Controvérsias sobre Transgênicos”.
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Painel organizado pelo CONSEA em 2013. Foto: reprodução site. |
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Relatório oficial produzido pelo encontro "Mesa de Controvérsias", realizado pelo CONSEA em 2013. |
E a meta está, aos poucos, sendo alcançada. O Brasil, há uma década, vem se consolidando como o maior produtor certificado de grãos e derivados não geneticamente modificados, de acordo com o presidente da Abrange, César Borges de Sousa.
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Produção de grãos não transgênicos é uma realidade no Brasil. Foto: Seapa-MG/divulgação. |
Uma produção que, necessariamente, passa pela chancela das entidades certificadoras reconhecidas internacionalmente. E que acaba, assim, alcançando o mercado global, principalmente o europeu. Isso porque para a legislação da União Europeia, um alimento que tiver mais de 1% de material de OGMs já é considerado transgênico e acaba sendo rejeitado por grande parte da população.
Isso mesmo, no Velho Continente, a sigla OGM (ou GMO, em inglês) é "malvista" por uma parcela significativa da população. De acordo com uma pesquisa feita pelo Eurobarómetro, em 2015, 61% dos cidadãos europeus não consideram os alimentos geneticamente modificados seguros e optam pela compra de alimentos orgânicos.
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Protesto contra OGMs em Bristol, no Reino Unido, em 2013. Foto: M Shields Photography/euobserver.com |
O projeto visa estimular a cadeia de produção orgânica por meio de uma plataforma online, a OrganicsNet. Na rede desde 2008, o portal serve de consulta para produtores, agroindústrias e cooperativas de orgânicos. Existe até um espaço dedicado a nós, comensais, alertando sobre a importância do consumo responsável.
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Plataforma online desenvolvida pela Sociedade Nacional de Agricultura. Foto: reprodução site. |
Questões importantes que, claro, não fazem parte da vida só de quem vive desse mercado. Os assuntos relacionados ao campo fazem parte da vida de todos nós. E é por isso que, independentemente dos avanços tecnológicos no cultivo de orgânicos e de OGMs, sociedade civil, comunidade científica, ambientalistas e políticos continuam discutindo o tema.
Tudo para tentar responder, dentre outras, uma importante pergunta: afinal, os transgênicos são bons ou ruins? Esse debate de ideias é o que você confere, aqui no Vida de Cozinheiro, na matéria da próxima semana. Aguarde!
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