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20 de fev. de 2018

Onigiri, o bolinho de arroz japonês!

Onigiri, o bolinho de arroz japonês!


Onigiri ou Omusubi (palavra é derivada de Musubi, que em japonês significa “unir”) é a tradicional bolinha de arroz vendida em qualquer esquina no Japão. A iguaria, de tão simples e versátil, é a queridinha dos japoneses de todas as idades.

Nas lojas de conveniência (ou Konbini) o produto é sempre o destaque das prateleiras! Eu, que sou mineira, comparo o Onigiri ao famoso pão de queijo das Gerais. A lógica é bem essa: difícil ver um japinha que não goste do bolinho de arroz.

Japinha e onigiri é uma dupla inseparável! Foto: Sgt Stacy Moless/U.S. Air Force/CreativeCommons.org
Aliás, o arroz é um dos alimentos mais consumidos no Japão. Se você ainda não leu, outro dia eu publiquei um texto sobre a importância do grão para a gastronomia japonesa.

Pois é, japonês que se preze come arroz no café da manhã, no almoço e no jantar! Até os lanchinhos da manhã ou da tarde são turbinados com arroz. E, na maioria das vezes, na forma de Onigiri!

As crianças desta escola aprendem a fazer Onigiri. Foto: Sgt Stacy Moless/U.S. Air Force/CreativeCommons.org
A iguaria nada mais é que uma bola de cereal (que normalmente não é redonda e sim triangular) feita do tradicional arroz japonês (o Uruchi mai) e envolta num pedaço de alga desidratada conhecida por “Nori”.

Mas, apesar da simplicidade, não subestime essa pequena bolinha! O Onigiri é uma das comidas mais reconfortantes do japonês. Há quem diga que o Onigiri é um alimento da alma japonesa!

Onigiri, uma comida que faz parte da essência do povo japonês!
Pra você ter uma ideia de quanto essa pequenina iguaria faz parte da gastronomia japonesa, o Onigiri mais antigo localizado no Japão é, aproximadamente, do ano 3 a.C. e foi encontrado na cidade de Nakanoto (antiga Kanancho), na Província de Ishikawa, em dezembro de 1987.

Durante uma escavação nas ruínas de Sugitani Chanobataki, os arqueólogos que identificaram a iguaria carbonizada de 2 mil anos de idade descreveram marcas de dedo no fóssil, um claro indicativo de que naquele tempo os japoneses já moldavam as bolinhas.

Onigiri carbonizado encontrado enterrado nas ruínas de Sugitani Chanobataki. Foto: Town.nakanoto.ishikawa.jp 
A história conta também que o costume de se comer essas bolinhas remonta ao Período Heian (794-1185).

No Diário da Lady Murasaki (que, na verdade, era um jornal escrito por um romancista japonês do século XI chamado Murasaki Shikibu) existe uma passagem falando do Onigiri que, na época, era conhecido por "Tonjiki".

Murasaki Shikibu escrevendo o seu famoso diário. Foto: Kunisada/Britishi Museum/Commons.wikimedia.org
Outra teoria afirma que este prático (e simpático!) bolinho de arroz se tornou popular em todo o Japão graças aos Samurais, no século XVI.

Isso porque os guerreiros, durante suas viagens, levavam os bolinhos como alimento de guerra enrolados em folhas de bambu.

Zongzi em exposição num museu chinês. Autor: 猫猫的日记本/Jiaxing Zongzi Culture Museum/Commons.wikimedia.org
Estas "barras de cereal" dos Samurais, no entanto, mais se assemelhavam ao tradicional prato chinês conhecido por Zongzi (um pastelzinho chamado pelos japoneses de Chimaki).

Somente em meados do Período Edo, mais especificamente no Período Genroku, no século XVI, que a alga processada tornou-se barata e acessível à toda a população.

Com a queda do preço da Nori, o Onigiri ganhou outra cara! Foto: Tednmiki/Commons.wikimedia.org
A Nori, então, substituiu as folhas de bambu e determinou a "aparência" do Onigiri para as futuras gerações.

Quase 500 anos depois, por conta da invenção de uma máquina, o Onigiri começou a ser produzido em escala industrial.

Estava no supermercado e me encantei tanto com esse triângulo de arroz que até tirei a câmera da bolsa pra bater esta foto!
Claro, em 1980 o processo de fabricação automatizado ainda não produzia Onigiris perfeitos. Mas fez deles um lanchinho triangular já que até então era confeccionado no formato de bolinhas. E, desde então, essa famosa bola de arroz é um saboroso triângulo!

Um comércio, inclusive, que também se aperfeiçoou. Atualmente as lojas especializadas em Onigiri são famosas em todo o Japão.

Onigiri feito com vinho tinto e envolto por presunto de Parma. Criação do Chef da Asakusa Yadoroku. Foto: divulgação.
A Onigiri Shop mais antiga de Tóquio é a Asakusa Yadoroku. Fundada em 1954, a famosa loja fica próxima ao Templo Sensoji, um dos mais bonitos da capital japonesa.

Conhecidos por Omusubi Gonbei esses estabelecimentos vendem Onigiri de todos os tipos e para todos os gostos! E o melhor, com preços a partir de 100 ienes (ou 1 dólar americano).

Gravando na porta da Onigiri-ya Marutoyo, no Tsukiji Fish Market, em Tóquio.
Durante nossa estada de 10 dias em Tóquio passeamos bastante e vimos várias lojas especializadas em Onigiri, como a Onigiri-ya Marutoyo, que visitamos no Tsukiji Fish Market.

Nem sabíamos que essa loja é uma das mais populares do maior mercado de peixes do mundo, mas é! O estabelecimento vende em torno de 30 tipos de bolas de arroz.

Adoramos conhecer as variedades! Ainda assim, preferimos o Onigiri feito só de arroz! Uma delícia!

Thiago, meu maridão, virou fã deste bolinho!
Os Onigiris são feitos, normalmente, de arroz branco (Uruchi mai) de grão curto e arredondado. Mas você também pode encontrar Onigiri de arroz integral (Genmai) nessas lojas especializadas.

Nós, durante os 30 dias em que estivemos no Japão, vimos pouca oferta de Onigiri feito com o grão integral, principalmente nas lojas de conveniência. Aliás, eu não vi japonês comendo arroz integral hora nenhuma.

O Onigiri é a sensação das lojas de conveniência. Foto: Corpse Reviver/Commons.wikimedia.org
Por falar em loja de conveniência, vai ser difícil você passar uma temporada na “Terra do Sol Nascente” e não conhecer, pelo menos, umas 50 Family Marts.

Essa rede de lojas está para o Japão como a “Seven Eleven” (que também tem no Japão) para os Estados Unidos. Lá (e na maioria dos estabelecimentos desse tipo) os Onigiri são vendidos embalados num plástico filme.

Por motivo de higiene o Onigiri das Family Marts vem embalado. Foto: Marco Verch/Commons.wikimedia.org
Essa proteção é para evitar que a alga murche por conta da umidade do arroz. Assim, impedindo o contato da alga com o arroz, você sempre irá comprar um Onigiri com a folha verde sequinha e crocante.

A estratégia é simples e eficiente, mas deixa a montagem do sanduíche um pouco complicada, principalmente pra nós ocidentais.

Para abrir o Onigiri é só seguir os números! Parece difícil, mas é bem simples!
Tanto que existe até instrução na própria embalagem do Onigiri indicando como abrir e montar o sanduíche. Eu tive dificuldade em retirar o plástico e por isso deixo aqui registrada a foto de como proceder, ok?

Uma dúvida que não deve ter sido só minha porque eu encontrei até vídeo no YouTube explicando como se faz isso. Vários, inclusive.

O passo-a-passo para você conseguir abrir seu Onigiri sem deixá-lo cair o chão!
Ah, com relação ao gosto desta bolinha, foi surreal esse negócio de comer uma maçaroca de arroz sem tempero algum e adorar! Estou acostumada a cozinhar meus alimentos com pouco sal, mas sem tempero é novidade.

Provando o Onigiri distribuído no Miraikan. Não sabia que um arroz sem tempero algum poderia ser tão gostoso! Adorei!
E essa foi uma descoberta bem interessante. Me apaixonar pelo Onigiri é, sem dúvida, uma revisão gigante dos meus conceitos gastronômicos!

Foto da Capa: Ciclonebill/Commons.wikimedia.org

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