Nunca tinha ouvido falar de jambo, quanto mais visto essa deliciosa frutinha. Aí, outro dia, fui a um sítio com a Ju, minha cunhada, e o Luiz, marido dela. Eles me apresentaram ao jambeiro.
A majestosa árvore lá da chácara é bem alta e chamou minha atenção pelas belas e numerosas frutinhas amarelas. Mais que depressa, quis prová-las e confesso que me surpreendi bastante com o gosto!
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Só o Luiz mesmo: subiu no Jambeiro para pegar umas frutinhas pra mim! |
Estranho? Explico: a sensação é a de estar bebendo o Leite de Rosas que ficava em cima da penteadeira da vovó Neném! Sim, eu já provei essa colônia (rsrs...).
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Se você nasceu nos anos 80, certamente vai lembrar desse Leite de Rosas no banheiro da sua avó! |
Algo bem diferente que, provavelmente, deixará impregnado na sua memória um gosto de perfume de rosas e textura daquela bucha que vinha de brinde no sabonete Lux.
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Jambo: textura que lembra bucha... Rsrs... |
Lembrando que se você é criativo e gosta de um enfeite inusitado, nem precisa descartá-las. Achei as bolinhas tão fofas que elas viraram acessórios para um belo arranjo de mesa!
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A semente do Jambo não é comestível mas pode render um belo arranjo! |
E cada árvore pode produzir jambo por até 20 anos, dando frutos de janeiro a maio, sendo o jambo- branco o mais raro.
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Jambo-Branco, o mais raro da espécie. Foto: frucafe.com.br |
Lembrando que o jambo é composto por vitamina C, vitaminas do Complexo B, antioxidantes, flavonóides e taninos.
De acordo com os especialistas (encontrei uma tese de mestrado da USP bem bacana), essas substâncias ajudam a neutralizar a ação dos temidos radicais livres, atuam diretamente na prevenção do envelhecimento precoce e contribuem para a formação do colágeno em nosso organismo.
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Jambo: saboroso e com propriedades medicinais. |
Não sou médica e nem doida pra te recomendar chá de qualquer planta, mas os antigos dizem que as flores tem efeito laxativo, as cascas podem ser usadas no preparo de pomada para queimaduras e as raízes auxiliam da diminuição do açúcar no sangue, sendo aliadas de quem sofre de diabetes.
Claro, isso é o que o povo diz. Quem sou eu pra falar se está certo ou errado. O que sei, porque ouvi a vida inteira da minha querida vovó Neném, é que tudo em excesso faz mal.
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Jambo-rosa: exuberância que encanta! Foto: Edilson Giacon / cipreste.com.br |
Então fica a dica! Aliás, essa é, inclusive, uma dica pra cozinha e pra vida. Tudo, absolutamente tudo, em exagero não é bom!
E já que estamos falando em experiências sensoriais, visualmente, acho que o jambo parece muito com a gabiroba!
O arbusto de fruto arredondado e cor verde-amarelada, típico do cerrado brasileiro, resiste facilmente a longos períodos de estiagem.
A gabiroba tem a polpa doce e suculenta, mas a casca é bem amarga. Aqui no Planalto Central é mais conhecida por “goiabinha”.
Já lá em Bonito, no Mato Grosso do Sul, a fruta é chamada de Guavira e de tão famosa tem até um evento dedicado à ela: o Cata Guavira!
Detalhe: o festival reúne, anualmente, grandes Chefs locais e é uma ótima oportunidade pra você, caro cozinheiro, conhecer uma das regiões mais belas do nosso país! Recomendo. O Mato Grosso do Sul é lindo demais!
Ah, bem como o jambo, a gabiroba tem sabor adocicado e pode ser consumida ao natural. Mas o uso mais popular dela é para se fazer licor.
As folhas da gabiroba também são usadas em infusões e, de acordo com o povo da roça, ajuda a reduzir o colesterol ruim (LDH) e aumentar o bom (HDL), contribuindo para a prevenção de doenças circulatórias. E aí, outra dica: conhecer os alimentos "amigos do colesterol" é muito importante, ok?
Outra fruta que lembra bem o jambo e que é bastante popular aqui em Brasília é a cagaita. Mas a semelhança é só na aparência, viu?
Apesar de ser pequeno e de ter a casca amarela, o fruto da cagaiteira tem a polpa bem ácida e suculenta, podendo ter até quatro sementes no seu interior.
O gosto é totalmente diferente do jambo e da gabiroba, apesar de se parecer com as duas frutas.
Mas as propriedades são semelhantes às das "primas" mostradas acima já que a cagaita também é rica em vitaminas do complexo B, vitamina C e antioxidantes.
Aqui em Brasília, a cagaita é bastante usada na fabricação de sorvetes e é comum vermos as belas flores brancas da cagaiteira enfeitando a cidade.
Os frutos dão o ar da graça de setembro a outubro, podendo ser coletados, aqui no DF, por brasilienses e candangos em qualquer espaço público.
Aliás Brasília tem tanto o conceito de pomar a céu aberto que até existe um aplicativo de celular que mostra onde estão os frutos gratuitos da capital. É o Fruit Map!
E árvore frutífera espalhada pelas "Asas" é o que não falta!
Mas se você mora por aqui não se anime demais, ok? A cagaita, para a maioria das pessoas, funciona como um laxante natural, não devendo ser consumida em grandes quantidades.
Aliás, é daí que vem o nome pelo qual a Eugenia dysenterica é popularmente conhecida. O "Eugenia" é uma homenagem à Eugénio de Saboia, o príncipe francês.
E uma curiosidade: nunca comprovei o fato, mas as pessoas idosas dizem que o chá das folhas da cagaiteira, ao contrário dos frutos, faz parar a diarreia. Graças a Deus nunca precisei fazer o teste.
Aliás, essas três belas frutinhas amarelas, como propriedades bem semelhantes são originárias do mesmo bioma, o Cerrado.
Esse exuberante hotspot brasileiro é a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas.
Aqui em Brasília, inclusive, existe uma associação sem fins lucrativos com o objetivo de proteger, estudar, recuperar e divulgar as belezas do Cerrado, especialmente as do Brasil Central.
É a Rede de Sementes do Cerrado, fundada em 2004. Essa OSIP promove encontros regionais, participa de seminários nacionais, realiza cursos e edita livros sobre o tema. Eu fiquei conhecendo ao escrever esse post e adorei o projeto!
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Gabiroba, a frutinha que me lembra o jambo! Foto: Festival Cata Guavira / divulgação. |
A gabiroba tem a polpa doce e suculenta, mas a casca é bem amarga. Aqui no Planalto Central é mais conhecida por “goiabinha”.
Já lá em Bonito, no Mato Grosso do Sul, a fruta é chamada de Guavira e de tão famosa tem até um evento dedicado à ela: o Cata Guavira!
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Festival Cata Guavira, em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Foto: facebook.com/cataguavira |
Ah, bem como o jambo, a gabiroba tem sabor adocicado e pode ser consumida ao natural. Mas o uso mais popular dela é para se fazer licor.
As folhas da gabiroba também são usadas em infusões e, de acordo com o povo da roça, ajuda a reduzir o colesterol ruim (LDH) e aumentar o bom (HDL), contribuindo para a prevenção de doenças circulatórias. E aí, outra dica: conhecer os alimentos "amigos do colesterol" é muito importante, ok?
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Gabiroba no pé. Parece ou não parece com o jambo? Foto: sitiodamata.com.br |
Apesar de ser pequeno e de ter a casca amarela, o fruto da cagaiteira tem a polpa bem ácida e suculenta, podendo ter até quatro sementes no seu interior.
O gosto é totalmente diferente do jambo e da gabiroba, apesar de se parecer com as duas frutas.
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Cagaita, outra fruta visualmente parecida com o jambo e com a gabiroba. Foto: Arnaldo Silva / ecovidabomdespacho.com |
Aqui em Brasília, a cagaita é bastante usada na fabricação de sorvetes e é comum vermos as belas flores brancas da cagaiteira enfeitando a cidade.
Os frutos dão o ar da graça de setembro a outubro, podendo ser coletados, aqui no DF, por brasilienses e candangos em qualquer espaço público.
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Cagaita é um fruto bem comum de se apreciar nas calçadas de Brasília. Foto: Aender M. F. |
E árvore frutífera espalhada pelas "Asas" é o que não falta!
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Cagaiteira que enfeita o Centro de Ensino Médio da Asa Norte, em Brasília. Foto: ceandf.wordpress.com |
Aliás, é daí que vem o nome pelo qual a Eugenia dysenterica é popularmente conhecida. O "Eugenia" é uma homenagem à Eugénio de Saboia, o príncipe francês.
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Flores da cagaiteira: lindas! Foto: ceandf.wordpress.com |
E uma curiosidade: nunca comprovei o fato, mas as pessoas idosas dizem que o chá das folhas da cagaiteira, ao contrário dos frutos, faz parar a diarreia. Graças a Deus nunca precisei fazer o teste.
Aliás, essas três belas frutinhas amarelas, como propriedades bem semelhantes são originárias do mesmo bioma, o Cerrado.
Esse exuberante hotspot brasileiro é a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas.
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O maridão, lá do alto do Morro dos Pirineus, em Goiás, fotografando as maravilhas do Cerrado! |
É a Rede de Sementes do Cerrado, fundada em 2004. Essa OSIP promove encontros regionais, participa de seminários nacionais, realiza cursos e edita livros sobre o tema. Eu fiquei conhecendo ao escrever esse post e adorei o projeto!
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Gostei de mais anjo , é sempre bom e bem vindo aprender
ResponderExcluirprincipalmente com a mãe natureza , sempre linda e perfeita.
sucesso sempre
Ei, Cláudio! Muito obrigada pelos elogios e por sua audiência. Grande abraço!
ExcluirHoje eu estava lendo um post sobre a planta jambo e consta uma informação no texto que me deixou curioso, consta lá que as sementes do jambo amarelo são muito venenosas.
ResponderExcluirA informação mais relevante é que uma quantidade desconhecida de ácido cianídrico foi encontrada nas raízes, caules e folhas. Além disso, um alcalóide, a jambosina, foi encontrado na casca da árvore e nas raízes, e as raízes são consideradas venenosas.
Alguém sabe me informar se essa informação procede? Se alguém puder me ajudar com isso, ficarei muito grato.
Ei, tudo bem? Eu não sei se é uma informação verdadeira, mas também fiquei curiosa. Vou pesquisar. Se encontrar algo, publico aqui. Muito obrigada por sua audiência. Sinta-se sempre à vontade para interagir com a gente. Abraço.
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