Difícil definir o sabor da Amazônia. São tantas cores, aromas, nomes curiosos. Resolvi, então, listar alguns dos alimentos que mais chamaram a minha atenção durante minha curta (e produtiva) temporada na selva.
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Provar, no meio da mata fechada, coisas que você nem sonhava que existia é uma experiência fantástica! |
MARI-MARI
Começo pela curiosa frutinha que leva meu nome: mari-mari. De cara o formato da casca me fez pensar que o mari-mari se tratava, de fato, de uma vagem. Nunca pensei que aqueles gominhos verdes que poderiam ser doces. E são! E tem gosto de pastilhas Walda!
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Mari-mari à venda na banca do seu Siqueira, no galpão das frutas, em Manaus. |
Essa casca pode ter de 40 a 80 centímetros de comprimento e, dentro dela pôde-se encontrar de 40 a 120 sementes. Esses gominhos tem a parte de fora comestível. Essa polpa é meio gelatinosa e bem saborosa. Adorei!
Ah, não tive só o prazer de provar a fruta. Na Amazônia, passeando de barco, o Chilton me apresentou a árvore do Mari-mari. Exemplar exuberante que sobressai em meio à floresta alagada!
CONGO DO BABAÇU
Lá na selva eu não só pude admirar as belezas amazônicas. Eu tive a chance de prová-las. E aí, nesse quesito, não teve concorrente: o Congo do Babaçu foi minha grande descoberta!
Já tinha comido grilo em Cholula, no México. Mas essa experiência na selva foi bem mais significativa! Primeiro porque não tive a oportunidade de temperar a larva e depois porque estava ali, no meio da selva. E o contexto fez toda a diferença. Foi muito bacana poder experimentar algo que já foi uma das principais fontes de proteína da população ribeirinha.
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Larva de vaga-lume tirada de dentro do Congo do Babaçu... O maridão foi o primeiro do grupo a comê-la. |
O Congo do Babaçu, que tem um delicioso gosto de coco, é, na verdade, a larva do vaga-lume que perfura o coco ainda verde e se desenvolve dentro dela. Depois de totalmente formada, sai da casca e passa a iluminar a bela noite amazônica.
O Congo do Babaçu há tempos, infelizmente, não é mais consumido pelos locais. Com o aumento da frota dos barcos-supermercados e a facilidade do acesso aos alimentos ultraprocessados, o "projeto de vaga-lume" virou alimento para turista.
PIRANHA
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Pesca de piranha na Amazônia: programa de turista! |
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Pescando pela primeira vez na vida! |
Em parte acho que foi por conta de organização do grupo no barco. É que o Chilton, nosso querido guia, me colocou entre o Thiago e o Suzuki. Aí ficou fácil. O maridão já sabe (de trás pra frente) como me "manter quieta" e o seu Suzuki é o japonês mais tranquilo e sereno do planeta.
Aí, caro leitor, não tive outra opção senão pescar. E deu muito certo! Fui a primeira a pegar um peixe. Detalhe: uma piaba (quase do meu tamanho) e pescada pela asa!
Sério, não é história de pescador não. Aquela fofura, daquele tamaninho, foi içada pela asa! Depois de tamanha façanha, pescar piranha foi moleza!
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Só eu mesmo: pesquei piaba pela asa! |
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Olha só a alegria da garota!!! |
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O maridão pescou jantar pra cinco pessoas! |
Gostei bastante do sabor da carne. Só fiquei um pouco incomodada com a quantidade de espinhos. Mas valeu demais a experiência, ainda que também seja "modinha de turista". Obrigada, meninos!
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Piranha pescada por nós! Só por isso, ficou ainda mais saborosa! |
TAMBAQUI
Existe uma rixa entre Tambaqui e Tucunaré, que são os peixes mais famosos da Amazônia e os preferidos dos moradores locais por serem mais carnudos e saborosos. E esses peixes são, realmente, incríveis!
Eu, particularmente, acho que o Tambaqui dá de mil. É o peixe mais saboroso que comi no Amazonas!
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Tambaqui no aquário do Museu da Amazônia, o MUSA, em Manaus. |
Mas o gostinho de "quero mais" do sabor desse peixe que guardo na memória foi o do meu primeiro almoço no Juma Lake Inn. Foi uma viagem tão longa! Saímos de Brasília às 6 da manha e só chegamos na selva à uma da tarde.
Estava verde de fome! Pra completar, fomos recebidos com um delicioso almoço! Bem caseiro! Nada demais, mas tudo bem feito: arroz, feijão, farinha, mandioca frita e Tambaqui.
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Tá ou não tá lindo esse prato? Primeiro almoço na pousada Juma Lake Inn. Adorei! |
Aproveito para agradecer, novamente, ao Gerry Hardy, à esposa dele, dona Maria Cleide, ao Chilton Norman e ao Wilson Neto, da Iguana Turismo, pelo carinho e pela atenção. Muito obrigada, amigos! Já estados morrendo de vontade de voltar.
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