Escrever sobre a boa comida de Paris é, pra mim, chover no molhado. Afinal, quem não gosta de crepe, pães, queijos, macarons, doces folhados, quiches e caldos. Difícil mesmo é não se acostumar com a gastronomia francesa!
E missão impossível é não voltar de Paris com uns quilinhos a mais! Foi assim comigo e, confesso, eu já estava esperando. Mas o que me surpreendeu mesmo foi o assunto de hoje: a gentileza do povo parisiense.
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Na França, especialmente em Paris, até pão puro é saboroso! |
São gentis, educados e, a maneira deles (praticando um certo distanciamento), bem atenciosos. Fato que pude comprovar durante o nosso jantar no restaurante La French Guinguette que, ainda com todos os encantos da capital, foi o ponto alto do meu dia.
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La French Guinguette, um delicioso bistrô parisiense que tivemos o prazer de conhecer! |
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Mini horta de ervas: detalhe que encanta! |
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Ao final dos túneis um aviso aos visitantes nos prepara para o que vem a seguir... |
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Detalhe da imagem estilo Rembrant, tirada pelo maridão. Ter fotógrafo profissional em casa é outra coisa! |
As Catacumbas foram abertas à visitação pública na década de 80 e, do acordo com o governo francês, mais de 6 milhões de pessoas estão enterradas ao longo dos 300 quilômetros de galerias subterrâneas que cortam a capital do país.
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Fiquei bastante desconfortável em tirar essa foto. Mas acho importante o registro. E a divulgação. |
O imponente monumento foi construído por Napoleão Bonaparte, em 1806 em homenagem ao Exército Imperial em ocasião da vitória em uma das mais importantes batalhas já travadas pelo grupo, a Batalha de Austerlitz.
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Champs Élysées enfeitada para o tradicional feriado do Dia do Armistício. |
Nós, infelizmente, não pudemos conhecê-lo porque justamente naquele dia era feriado na França (Dia do Armistício, comemorado todo 11 de novembro) e o Arco estava interditado.
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De pertinho o Arco do Triunfo é ainda mais belo! Os detalhes das colunas, de inspiração romana, são esplendorosos! |
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Visto! Agora eu também conheço o símbolo mais visitado do mundo! |
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Como não amar Paris? Do alto a cidade é ainda mais bela! |
Afinal já era tarde, umas 7 da noite. Tínhamos acabado de ver o espetáculo das luzes na Torre Eiffel (que acontece, no inverno, por volta das 18:30h), estava chovendo, fazia um frio de 6 graus e nós estávamos morrendo de fome.
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Com o maridão, curtindo o espetáculo de luzes da Torre Eiffel. |
Detalhe: perto da Torre Eiffel até tem alguns restaurantes mas, pelo fato de estarem ao lado do ponto turístico mais visitado da cidade, todos são absurdamente caros. E nenhum cardápio me chamou atenção suficiente para eu deixar três dígitos de euro lá.
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Realmente não entendo quem pega táxi... Metrô em Paris é o transporte mais rápido, barato e eficiente! |
E foi a escolha certa! Nos arredores do Pompidou é um restaurante ao lado do outro. Boas opções não faltam! E uma, em especial, me ganhou por conta da decoração da fachada: o La French Guinguette!
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O quadro na porta do La French Guinguette nos fez entrar! |
E quem atualiza os pratos com uma certa temporalidade é porque, na maioria das vezes, ama o que faz!
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Poucos pratos, preço justo e informado na porta. Detalhes que sempre me fazem entrar em qualquer restaurante! |
Um carinho com o cliente admirável nos dias de hoje. Afinal, na era dos fast food, onde o atendente nem olha na sua cara, é surpreendente entrar num lugar que o dono pega o quadro negro da calçada para te explicar, em inglês, o menu.
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O dono do bistrô parisiense La French Guinguette nos explicou, em inglês, cada prato do menu! Delicadeza que nos encantou! |
Depois de ouvir a explicação detalhada de todos os pratos do dia eu pedi o tradicional "Blanquette de Veau". Essa receita francesa, originalmente atribuída à região de Lyon, teve a primeira versão escrita e publicada em livro do ano de 1735.
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"Blaquette de Veau" do restaurante parisiense La French Guinguette. |
Já o "Boeuf Bourguignon", a escolha do Thiago e outra famosa iguaria francesa, vem, como o próprio nome diz, da região da Borgonha. Reza a lenda que o "Boeuf Bourguignon" foi inventado no século XV para aproveitar os cortes de carne mais duros, que cozidos na pressão, adquiriam uma textura impressionantemente macia.
O cozimento com o vinho tinto também era uma forma de "roubar no jogo" já que a acidez da bebida eliminava os possíveis odores desagradáveis da carne por conta da má conservação dos produtos na época.
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"Boeuf Bourguignon" do restaurante parisiense La French Guinguette. |
O "Boeuf Bourguignon" também é conhecido dos cozinheiros cinéfilos. No filme Julie & Julia, de 2009, Julia, interpretada pela atriz Amy Adams, prepara a receita. Aliás, se você ainda não viu, o longa é uma verdadeira aula de culinária. Fica a dica!
Detalhe: estávamos tão cansados que recusamos o maravilhoso vinho francês (o que é quase um sacrilégio em se tratando de bistrô parisiense). Mas o suco de laranja não comprometeu em nada a harmonização dos pratos. Pelo contrário. Estava perfeito!
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Suco de laranja natural do La French Guinguette. Uma delícia! |
Ainda que fazendo a conversão (compramos o euro na época - setembro de 2016 - por 4 reais) nossa refeição saiu por 140 reais. O mesmo valor que pagaríamos jantando num restaurante desse nível aqui em Brasília.
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Trinta e cinco euros por um maravilhoso jantar: achei barato! |
A noite foi tão agradável e o atendimento mexeu tanto com a gente que esse sentimento bom mudou, pra sempre, a minha se visão em relação à capital francesa e, sobretudo, ao parisiense que, pra mim, agora está no topo da lista do povo mais gentil que eu conheço.
E, por mais que eu entre (se Deus quiser eu vou) em outros mil restaurantes na vida, eu nunca vou me esquecer daquela experiência bem sucedida em Paris.
Todos os detalhes desse maravilhoso dia em Paris estão aqui nesse vídeo, produzido em parceria com o portal de viagem PróximoEmbarque.com
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