O post de hoje é em homenagem à minha querida prima Tatiana Adaid. Foi por causa dela que comprei, há uns 7 anos, minha máquina de fazer pão. Confesso que, logo que o equipamento chegou lá em casa, fiquei super empolgada e fiz muitos pães deliciosos! Por ironia do destino, nenhum que a Tati tenha provado.
Mas, passada a "novidade", foi dando uma preguiça gigante de fazer o pão e eu acabei abandonando o hábito. Outro dia, muitos anos depois, resolvi resgatar a máquina das profundezas do meu armário de cozinha.
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Passeando com a minha querida prima/irmã no Pontão do Lago Sul, em Brasília. |
Tudo porque parei de comer pão de sal no café da manhã e comecei a comprar o integral industrializado.
Tudo ia muito bem. Um dia tinha pão de linhaça, no outro de chia, depois de macadâmia. Foi quando resolvi ler o rótulo do pão de forma "integral" de macadâmia que compro no mercado. Você já leu as informações da embalagem?
No da marca Wickbold está escrito: "farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, farinha de trigo integral, macadâmia, castanha de caju, grão de trigo, açúcar cristal, fibra de trigo, glúten, óleo de soja, chia, setária itálica, sal, sal hipossódico, e conservadores proplonato de cálcio e sorbato de potássio".
No da marca Wickbold está escrito: "farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, farinha de trigo integral, macadâmia, castanha de caju, grão de trigo, açúcar cristal, fibra de trigo, glúten, óleo de soja, chia, setária itálica, sal, sal hipossódico, e conservadores proplonato de cálcio e sorbato de potássio".
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O pão é até gostoso, mas não vi resultado positivo na minha saúde. |
E tem mais. Além da grande quantidade de farinha branca presente no produto, duas fatias do pão de macadâmia da Wickbold contém 7% de sódio. Foi neste momento que a minha querida máquina de fazer pão ganhou vida novamente. Agora ela é uma das estrelas da minha cozinha. Fazer o alimento voltou a ser algo sagrado em minha casa. E a alegria do primeiro pão quentinho só foi superada pela alegria do segundo, do terceiro, do quarto.
O primeiro pão integral que eu fiz não deu muito certo não. Ficou duro que nem pedra. Isso porque eu coloquei somente farinha de trigo integral. Acho que ficou mais duro que minha cabeça. Nas tentativas seguintes fui variando as proporções da farinha de trigo branca e da integral. Depois de vários pães massudos demais ou excessivamente crus, ou nanicos de dar dó, cheguei na minha fórmula de sucesso.
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Meu pão pesto ficou ótimo. Ao fundo, à direita, minha máquina de pão. |
Lembrando que quanto mais farinha integral você colocar mais seu pão tende a não crescer tanto e a ficar mais "massudo". Descobri que não gosto de pão puro, só farinha e água, e vi depois de vários teste que o pão que mais gosto é o de abobrinha.
E a receita é bem simples:
- 3 colheres de sopa de azeite extravirgem (lá em casa só uso o de acidez máxima 0,2%)
- 2 colheres de sopa de açúcar (eu uso o mascavo mas, se você não tiver, pode ser o cristal)
- 2 colheres de chá (rasas) de sal
- 1 ovo
- 240 ml de leite (eu uso o semi desnatado, mas já usei o integral e deu certo)
- 1 abobrinha média picada em pedaços bem pequenos (eu uso o processador porque é muito mais prático)
- 250 g de farinha de trigo branca
- 500 g de farinha de trigo integral
- 2 colheres de chá de fermento biológico seco para pão (eu coloco o saquinho inteiro de 10 gramas)
- 1 máquina de fazer pão
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A abobrinha dá um toque especial ao meu pão integral. |
Ah, detalhe importante: cada máquina é de um jeito. Umas fazem pães de 500 g, 700 g e 1 kg. Outras já fazem de 500 g, 750 g e 1 kg. A minha, a Cadence modelo Finezza, é desta última e possui ainda três opções de cor do produto assado: claro, médio e escuro. Para fazer o meu pão eu habilito as configurações: peso 750 g e cor escuro.
Não sei se fazendo esta receita em outra máquina vai dar certo. Mas se não der, nenhum problema. Garanto que com umas três tentativas você consegue chegar no seu pão ideal. Digo "seu" porque gosto é algo, de fato, muito particular. Pode ser que o que pra mim é "moreninho" e "crocante" pra você seja "queimado" e "duro". Então, só fazendo e provando mesmo.
Não sei se fazendo esta receita em outra máquina vai dar certo. Mas se não der, nenhum problema. Garanto que com umas três tentativas você consegue chegar no seu pão ideal. Digo "seu" porque gosto é algo, de fato, muito particular. Pode ser que o que pra mim é "moreninho" e "crocante" pra você seja "queimado" e "duro". Então, só fazendo e provando mesmo.
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Quentinho, fresco, integral e, o melhor, feito em casa! |
O que é igual, em todas as máquinas, é a ordem de colocação dos ingredientes. Primeiro, obrigatoriamente, são despejados na forma os ingredientes líquidos (leite, azeite e ovo). Depois coloca-se o açúcar, o sal e os recheios.
Dica: em algumas máquinas existe um apito sonoro que indica o momento de se acrescentar o recheio à massa - a minha até tem isso, mas coloco a abobrinha junto com o açúcar e o sal e nunca tive problema.
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Ingredientes líquidos e o recheio devem ser colocados primeiro na máquina. |
Por último, devem ser acrescentadas as farinhas branca e integral, não importando a ordem. O fermento só vai segundos antes de ligar o equipamento, por cima da farinha. O manual da minha máquina recomenda se fazer uma cavidade no topo dessa montanha de farinha, colocar o fermento e cobrir com mais um pouco de farinha.
O "buraco" é para evitar que o fermento entre em contato com os ingredientes líquidos antes do momento certo. Com o fermento "coberto" é hora de ligar a máquina, selecionar a cor (eu uso sempre a opção "escura"), o tamanho (500 g) e apertão o botão "iniciar". Três horas e quinze minutos depois o pão estará pronto.
O "buraco" é para evitar que o fermento entre em contato com os ingredientes líquidos antes do momento certo. Com o fermento "coberto" é hora de ligar a máquina, selecionar a cor (eu uso sempre a opção "escura"), o tamanho (500 g) e apertão o botão "iniciar". Três horas e quinze minutos depois o pão estará pronto.
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Acrescentando a farinha de trigo branca. |
Ah, mais uma coisa: não sei como é a sua, mas a minha máquina funciona assim: nas duas primeiras horas ela "bate" a massa repetidas vezes, uma espécie de "sova mecânica" com intervalos de descanso. E na última hora a massa cresce e assa.
Não tem mistério. Mas tem macetes. O mais importante para se ter um pão perfeito é um fermento perfeitamente novo. Não dá para aproveitar fermento velho não, viu!? A economia vai comprometer toda a sua receita. O saquinho do fermento já é bem pequeno por conta disso mesmo.
Não tem mistério. Mas tem macetes. O mais importante para se ter um pão perfeito é um fermento perfeitamente novo. Não dá para aproveitar fermento velho não, viu!? A economia vai comprometer toda a sua receita. O saquinho do fermento já é bem pequeno por conta disso mesmo.
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O fermento vai aí, nesse buraquinho. Depois de colocado o fermento você deve cobri-lo com mais farinha. |
De acordo com a orientação do fabricante da minha máquina, a quantidade de fermento presente em cada saquinho dá para fazer dois pães. Eu coloco não faço assim. Para cada pão eu coloco um saquinho de 10 gramas de fermento. Pode parecer um exagero colocar o saco inteiro mas, depois de ficar três horas "chocando"o pão e ter que jogá-lo no lixo porque ficou "encroado" e não cresceu, eu aprendi a lição.
Outra questão importante é a quantidade de farinha colocada. Teoricamente são 750 g mas essa medida pode variar e os primeiros quinze minutos de funcionamento do aparelho são cruciais para você corrigir isso, caso necessário. É bem simples. Quando a máquina é ligada os ingredientes começam a ser misturados. A hélice vai girando e a massa vai se formando.
Outra questão importante é a quantidade de farinha colocada. Teoricamente são 750 g mas essa medida pode variar e os primeiros quinze minutos de funcionamento do aparelho são cruciais para você corrigir isso, caso necessário. É bem simples. Quando a máquina é ligada os ingredientes começam a ser misturados. A hélice vai girando e a massa vai se formando.
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Os primeiros pães ficaram massudos, mas também estavam uma delícia. |
O que você tem que identificar é a consistência dessa massa. Se virar uma bolinha uniforme, que não gruda nas paredes da forma, ótimo. Está tudo certo. Pode fechar a tampa do aparelho e só voltar na cozinha três horas depois.
Mas se virar um grude, ou seja, uma massa bem molhada, quase pastosa (e a chance é grande já que depende da quantidade de água que vai sair da abobrinha) não se desespere. Tudo o que você tem que fazer é ir acrescentando mais farinha (pode ser da branca ou da integral), aos poucos, até a massa formar a tal bolinha. Cuidado só pra não ficar nervosa e virar o saco de trigo de uma só vez, tá? Eu já fiz isso.
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Mistura de farinha integral com a branca. |
Agora, se você ligar a máquina e, dez minutos depois, a massa já tiver bem seca, com muita farinha no fundo da forma que não conseguiu ser incorporada à mistura, acrescente um pouquinho de leite. Mas é bem pouco mesmo. Uns 5 ml de leite cada vez até chegar na consistência almejada (de bolinha).
Detalhe: como a abobrinha é perecível você deve manter seu pão sempre dentro da geladeira. Eu comprei uma caixa de plástico bem grande (tipo organizadora) e guardo o meu pão lá.
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A caixa não é linda e nem chique. Mas cumpre, perfeitamente, o objetivo de armazenar o meu pão caseiro. |
Acho que é só isso. No mais é escolher ingredientes de qualidade e começar a brincar. Lembrando que o meu é de abobrinha mas o seu pão pode ser de cenoura, de beterraba, de cebola, de manjericão, de tomate seco. Para um cozinheiro que ama o que faz, as combinações não tem limite. Precisando, é só escrever pra gente.
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Essa receita é válida para quem não tem máquina de pão? Você tentou fazer na mão? Eu, particularmente não gosto de máquinas de fazer pão, prefiro eu mesma amassá-los!
ResponderExcluirOi, Selma, tudo bem? Muito obrigada por escrever pra gente! Sim! Eu já fiz essa receita na mão. A diferença está somente na quantidade de farinha porque quanto amassamos na mão, a mistura tem que ficar bem mais soltinha, né? Mas dá certo também. É só ir acrescentando a farinha aos poucos... Você vai ver que vai acabar usando mais farinha que o indicado na receita. Eu também gostava de fazer pão do jeito tradicional mas, depois que comprei a máquina nunca mais tive essa vontade de amassar o pão... Rsrs... Sem falar que a máquina, além de barata, faz um pão bem gostoso também... Mas se você está afim de fazer na mão, vá em frente! Além de ser uma terapia é um ótimo exercício, não é mesmo? Precisando, estou às ordens! Um ótimo trabalho pra você! Abraços, Mari Bontempo.
ExcluirNa máquina de pão da Britânia acompanha um livro de receitas com um pão 100% integral que fica maravilhoso.
ResponderExcluirQue legal, Mirian! Se você puder passar a receita, agradeço! Muito obrigada por sua audiência e participação aqui no Vida de Cozinheiro. Grande Abraço!
Excluirolá. um ano atrás eu fazia bastante pão na máquina, e havia encontrado uma receita 100% com farinha integral. agora estou buscando novamente e não encontro. mas achei válido só para o conhecimento de que sim, existe e é possível haha. fica um pouco mais duro que o normal, mas vale a pena. eu acho delicioso. ainda mais que aquela receita permitir incluir muitos grãos. caso eu encontre a receita, volto aqui e coloco pra ti.
ResponderExcluirEi, Laerte. Tudo bem? Fiquei com vontade de testar a sua receita. Espero que você a encontre e compartilhe com a gente. Todos os meus testes do pão 100% integral não deram muito certo. Os pães ficaram duros igual pedra. Muito obrigada por compartilhar sua experiência com a gente. Aguardo o seu retorno, tá? Grande abraço!
ExcluirNa minha máquina britania fica perfeito o pão com 100% de farinha integral, coloco uma colher de canela , fica perfeito
ResponderExcluirEi, Ari. Que bacana! Você pode me passar sua receita, por favor? Muito obrigada por sua audiência e por compartilhar sua experiência com a gente. Grande abraço!
ExcluirFAZ UM VIDEO DE PÃO INTEGRAL NA MÁQUINA.
ResponderExcluirEi, Cidinha, Tudo bem? Muito obrigada pela sugestão. Estou mesmo precisando fazer vídeos para o Vida de Cozinheiro. Vou tentar fazer um do pão sim. Adorei a ideia. Obrigada também por sua audiência. Abraço!
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