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23 de nov. de 2015

Orgulho de ser Cozinheira!

Orgulho de ser Cozinheira!

Sempre que eu digo que me formei cozinheira pelo Senac Minas alguém me pergunta se valeu a pena fazer o curso. Pra mim, valeu demais! Primeiro porque aperfeiçoei minhas técnicas. Já tinha trabalhado, como ajudante de cozinha, no restaurante "Feliz", do meu querido amigo, e grande chef, Zoroastro Passos, mas é muito diferente quando se está em uma bancada de escola.

Todos os cortes tem que ser milimetricamente perfeitos e, no dia-a-dia, nem sempre dá pra fazer assim, né? Depois, porque ampliei minha lista de contatos.

Minha turma do curso de Cozinheiro do Senac Minas 2011.
Conheci profissionais de renome e, de alguns deles, me tornei amiga. Sem falar que adquiri conhecimentos que eu sequer sabia que existiam. Agora, este pode não ser o melhor curso se você ainda não tem graduação. Aí talvez seja "mais jogo" procurar uma boa faculdade de gastronomia.

Pra mim não compensava porque não estava atrás de um diploma. Sou jornalista, formada, há 15 anos, pela PUC Minas. Mas, se precisasse de um título, certamente, consideraria a opção da faculdade.

As amizades que fiz no Senac Minas também fizeram a diferença do meu curso de cozinheiro.
Atualmente existem ótimas graduações disponíveis, com duração entre 2 anos e meio a quatro. Aqui em Brasília os diplomas mais cobiçados são dos do IESB e do UniCEUB. Não estou fazendo propaganda não, mas conheço os professores dessas duas faculdades de gastronomia e recomendo os cursos.

Em BH não sei quais são bons. Muita gente fala bem da Estácio de Sá, mas eu não tenho conhecimento para indicar curso deles. 

Colocar a mão na massa sob a supervisão de quem sabe é o melhor de se fazer um curso.
O que fiz, do Senac Minas, como já disse, é técnico e não dura tanto tempo assim. São, "apenas", 400 horas, distribuídas ao longo de um ano. O que pode parecer pouco, mas não é. Na verdade, se você analisar a grade curricular dos principais cursos de gastronomia oferecidos pelo mercado vai ver que as disciplinas ensinadas são, basicamente, as mesmas. 

O tempo de conclusão tem mais a ver com o número de horas-aula dentro da cozinha. Os conhecimentos passados não se diferem muito de uma faculdade pra outra e, como ganhar tempo era o que interessava pra mim, o ano que passei no Senac Minas foi perfeito.

Eu até aprendi a fazer doce. Não sei se você sabe, mas eu não gosto de chocolate.
Porque, não sei pra você mas, na minha opinião, para se ter prática não precisa necessariamente cursar uma faculdade. Basta aprender a técnica, comprar um saco de batatas e mandar ver. E bem ao estilo daquela musiquinha: "entrei de gaiato num navio. Entrei, entrei, entrei pelo cano". 

Aliás, o bom de se especializar no Senac Minas é isto: como o tempo é curto os professores não enrolam. Os conteúdos são muito bem divididos e as aulas são precisamente planejadas. A única coisa ruim de se fazer um curso mais "enxuto" é que se você perder uma aula já era. Vai ter que correr atrás do prejuízo fora do horário regulamentar. 

Feliz da vida na aula de confeitaria do Senac Minas.
Mas todos os professores foram super receptivos e muitos ficavam depois do turno tirando dúvidas dos alunos. Claro, em toda instituição tem profissional ruim. Mas eu fiquei conhecendo técnicas que pratico diariamente na minha vida de cozinheiro. Algumas bem simples, mas que valorizam a preparação e que você só aprende com quem tem "janela" de cozinha.

De quais aulas tenho mais saudade? Por incrível que pareça, das teóricas. Principalmente as de noções de legislação e de boas práticas. Porque, apesar de não serem ministradas dentro da cozinha, elas são a base de tudo. Não dá pra ser um bom cozinheiro sem ter esses conhecimentos.

Também sinto saudade das visitas técnicas que fazíamos com a professora Cláudia Porto.
Aliás, com meu querido professor e amigo Jorge Costa aprendi exatamente isso: que informação é tão importante quanto o dom de saber cozinhar. Com ele conheci muito de estrutura de cozinha profissional e vi que ter um negócio de alimentos não é para quem gosta de cozinhar não.

Pode parecer cruel, mas é a pura verdade. Para você ser dono de qualquer coisa tem que ser bom com números, saber lidar com gente, conhecer o mercado, ficar de olho nas tendências, saber desempenhar funções diversas e ter muito jogo de cintura. Foi o que aprendi com o brilhante Chef mineiro e amigo Guilherme Melo.

Com o chef Guilherme Melo, proprietário do Hermengarda e meu chefe, também aprendi que gestão vai além da cozinha. 
Sei que, a essa altura, você deve estar pensando: "mas cozinhar não é uma arte? "Sim, caro leitor, mas tem que ter planejamento. Não dá pra ir encarando a cozinha só com paixão não. Amor pela comida é o básico.

Porque ficar oito horas em pé na frente de um fogão, num calor de quase 40 graus, de uniforme de tecido grosso, fazendo uma tarefa repetitiva exige muito foco, paciência, dedicação e força de vontade.

Preparando o Nêmesis, uma das sobremesas mais pedidas no Hermengarda, em BH.
Características que já começam a ser cobradas dos alunos no primeiro dia de aula prática. A bancada tem que estar limpa, o uniforme branco, o cabelo preso e a touca bem colocada, os alimentos sanitizados e as facas e tábua no lugar certo.

Sem falar que, no Senac Minas, foi a primeira vez que entrei numa cozinha profissional gigantesca.  Afinal, a cozinha do restaurante Feliz, apesar de profissional, era bem pequena. E eu fiquei encantada por esse mundão de aço inox.

Saudade dessa turminha boa que deixava a cozinha do Senac Minas mais alegre e colorida.
Deslumbre que durou muito pouco. Logo me entregaram um saco de legumes e toda a emoção se converteu em choro. Lágrimas ácidas, cheirando à cebola. Aí a ficha caiu: não seria fácil. Nem como nos filmes. Mas seria um aprendizado incrível.

E o ano, realmente, foi enriquecedor. Principalmente em relação as aulas de confeitaria. Quem me conhece sabe: não sei fazer doces. Não gosto de chocolate e açúcar, pra mim, só no café e, ainda assim, mascavo. Não como bolo de chocolate, torta floresta negra ou brigadeiro.

Chocolate na minha cozinha? Só se for preparando Petit Gâteau, uma das sobremesas preferidas do maridão.
Os doces dos quais eu gosto são os que me provocam lembranças da minha vó, a querida Dona Neném, de 97 anos. Ela sim sabe fazer doce! De leite, de mamão, de pêssego em calda, pudim cor-de-rosa e arroz doce. Sobremesas "da roça" e que "mexem" comigo.

Mas um bom cozinheiro tem que saber um pouco de tudo, não é mesmo? Então, foram bem proveitosas minhas aulas de confeitaria. Sem falar no tanto de receita nova que provei. Porque de uma coisa eu sei: conhecer os sabores também é algo muito importante para a formação de um bom cozinheiro.

Experimentando novos sabores nas aulas do Senac Minas. Torta de nozes com ricota e cobertura de frutas vermelhas.
Claro, não virei uma expert em doces, mesmo porque é bem difícil se tornar especialista num assunto que não te interessa, né? Mas hoje sei fazer um bolo, um Petit Gâteau, um rocambole. Sem falar que, no quesito pães, já sou quase profissional. Meu pão integral de abobrinha, então, é uma delícia. E tudo isso é mérito do Vicente Medeiros, meu professor de pâtisserie e boulangerie do Senac Minas.

Aliás, vi que desta área da confeitaria de fabricação de pães eu, realmente, gosto. Só me incomoda um pouco o fato de tudo "ter que ser feito com margarina", porque esse produto não entra na minha casa de jeito nenhum. Como manteiga e, pra ser sincera, pouca. Mas, sempre que possível, a substituo por azeite extravirgem (de acidez máxima 0,2%).

Croissant feito nas aulas do Vicente no curso de Cozinheiro do Senac Minas.
Por isso, aqui em casa, ando adaptando as receitas do Vicente e produzindo pães bem interessantes. Dos doces quase não me recordo. Uma das poucas receitas que guardei foi a das trufas de chocolate. É bem fácil de fazer e sempre agrada.

Bem, é isso. Espero ter te ajudado a decidir por fazer um curso ou não. O que eu aconselho sempre é pesquisar muito antes de se matricular numa aula de culinária. Vá à escola na qual você pretende estudar. Conheça as instalações e os professores. Peça pra ver as ementas das disciplinas. Converse com quem já se formou na instituição ou, pelo menos, fez algum curso na área.

O chef, e meu querido amigo, Beto Haddad me ajudou bastante a escolher qual caminho seguir dentro da gastronomia.
E pense bem o que você quer pra sua Vida de Cozinheiro antes de dar qualquer passo. Porque opções não faltam. E com amor, comprometimento e técnica você pode ser o que quiser. E, se conseguir, faça estágio em um restaurante antes mesmo de se matricular em algum curso. Mesmo que seja só pra limpar chão.

Porque aí você vai poder ver, de perto, a rotina de um cozinheiro profissional e decidir se vai encarar ou não.

Novinha, aos 25 anos, na cozinha do restaurante Feliz, abraçada com o grande cozinheiro e Chef Anderson Valentino. Ao fundo, o meu amigo, e então dono do Feliz, o Chef Zoroastro Passos.a
E se você, como eu, descobrir que o que quer é só cozinhar pra família ainda assim, corra atrás. Leia os rótulos dos produtos. Conheça a legislação vigente em nosso país. Torne-se um cozinheiro cada dia mais responsável. Porque alimentação consciente é a base para uma vida saudável.

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