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12 de out. de 2015

Comida não é Brinquedo!

Comida não é Brinquedo!


Sei que a maioria dos sites gastronômicos está postando hoje fotos de bolo de chocolate, cupcakes decorados e doces coloridos. O Vida de Cozinheiro não. Porque hoje, caro leitor, é Dia das Crianças.

O Vida de Cozinheiro, nesse dia tão importante, foi consultar o ECA. Pra começar, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 2º), criança é a pessoa com até doze anos de idade incompletos. Ou seja, tem muita criança por aí sendo tratada e/ou tendo responsabilidade de adulto!

Direito da criança também é uma questão dessa Vida de Cozinheiro! Foto: Harsha K. R./Commons.wikimedia.org
Logo abaixo, no artigo 4º, está claro: é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Mas o que isso, de fato, significa?

Indo para o trabalho, na última sexta, ouvindo o Jornal da CBN, acompanhei uma entrevista bem interessante da advogada especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro, do Instituto iStart, dizendo que a média de idade para a aquisição de um celular hoje no país é de 8 anos de idade.

Criança ao celular, um problema mais grave do que se imagina! Foto: Tinkerbrad/Flickr.com
Como assim? Ganhar um celular aos 8? Ouvi certo mesmo ou era 18? A inversão de valores chegou a tal ponto que crianças obrigam os pais (por meio de chantagem emocional) a comprarem o aparelho e, com ele em mãos, navegam livremente na rede.

Aí, como bem disse Patrícia Pinheiro, a "rua" de hoje se torna um "pouquinho" maior: agora os "amiguinhos" podem chegar à 2 bilhões de pessoas. E o cuidado dos pais, que deveria ser ainda maior, é, praticamente, inexistente.

Por conta do celular a "rua" fica muito maior! Foto: Pxhere.com
É caro leitor, como diz minha querida vovó Neném, de 97 anos, esse mundo anda mesmo muito mudado.

Lembro como se fosse hoje minha mãe dizendo: "vai brincar na rua? Cuidado! Quero você de volta em meia hora, se não eu te mato"! E eu voltava correndo porque morria de medo e achava minha mãe brava. Coitada da dona Ana. Ela nem era tão brava assim...

Achava que a mamãe era brava, mas a dona Ana sempre foi "de boa" assim!
Sentava no chão com a gente e brincava de casinha. Mesmo sem gostar de cozinhar (na verdade ela detesta) me ensinou muito do que sei sobre alimentação saudável durante essas brincadeiras.

Sei que muitos vão dizer que estou sendo saudosista porque lá em casa refrigerante era só nos feriados, Mc Donald´s (quando abriu a primeira loja em BH eu já tinha 11 anos) era só em datas especiais e comida congelada não era uma realidade porque custava muito caro.

Fondue, comida e conversa boa num só lugar! Por que eu não estou na foto? Sempre fui a cozinheira e a fotógrafa! 
Tanto que, aos 7 anos, já colocava a cadeira para alcançar a bancada da cozinha (sempre fui muito pequena) e fazer meu lanche. É, amigo cozinheiro, sou do tempo de reunir a família para fazer a própria comida.

Quibe? Era feito de carne. Pizza? Comíamos, mas eu fazia a massa. Bolo? Era de formigueiro, feito com chocolate amargo e quase sem óleo e açúcar. Minha saúde (tirando o problema do coração que é congênito e nada tem a ver com a alimentação) sempre foi "de ferro".

Tirando o probleminha no coração eu, graças a Deus, sempre fui muito saudável!
Meus dentes? Nunca tive que arrancar nenhum por conta de cárie. Eles não ficaram fracos e nem amarelos. Isso porque na mesa lá de casa sempre tinha um pouco de cada grupo de alimento. Pelo menos dois tipos de verdura, um legume, dois tipos de carne, arroz e feijão.

Confesso. Nunca fui obrigada a comer de tudo. Mas sempre fui forçada a experimentar de tudo. Sei o gosto de praticamente todas as frutas, verduras e legumes à venda no sacolão.

Uma alimentação variada é o segredo do sucesso! Foto: Pexels.com
Cresci vendo fartura em casa. Não essa fartura de hoje, que gera desperdício. Uma fartura saudável, de muitas e boas opções saudáveis. Aprendi com meu avô (que não tinha estudo, mas que era fazendeiro e tinha uma cultura do campo invejável) o valor nutricional dos alimentos e a importância de comer um pouquinho de cada coisa.

Comia besteira? Claro. Sempre fui fã de "Prestígio" e a Fabi, minha irmã, de "Chokito". As caixas desses dois chocolates eram presença constantes na despensa da casa da vovó.
Sei que não faz tão bem. Mas até hoje eu gosto de Prestígio!
Seu Dimas, meu avô, fazia questão de comprá-las e distribuía os chocolates como uma espécie de prêmio. Hoje nem acho isso muito certo, mas, lá em casa, a gente só podia comer alimentos ultraprocessados quando tirava boas notas, era aniversário ou fazia algo espetacular.

Sei, comida não é moeda de troca. E não é mesmo. Mas, antigamente, pelo menos ela era só a moeda. Atualmente ela é a troca!

Trocar o almoço pelo doce. Uma prática cada vez mais comum! Foto: Keesler.af.mil
As crianças de hoje não precisam mais se comportar bem pra ganhar chocolate. Elas ganham o chocolate, o pirulito, o iogurte e o biscoito recheado para não morrerem de fome!

Dramático? Vai falar isso pra uma mãe que está fazendo errado. Ela falta te bater! Eu mesma já passei por isso e decidi: não falo mais. Ou melhor, falo, mas só à uma distância segura, como aqui (rsrs). Mas por que fazemos errado? Tem gente que diz que é porque ainda não sou mãe e que se um dia for irei me render.

Acho que se um dia tiver uma filha ela será uma cozinheira mirim! Foto: Pxhere.com
Tá, posso até "pagar língua", mas acredito que não. Por um simples motivo. Estamos falando de crianças e de um problema que começa antes dos 2 anos de idade! Como ela pode querer algo? 

Seja sincero, caro leitor. Quem quer é você, que está com preguiça de fazer o suco natural! É você que dá o chips pra ela "calar a boca" e não "encher o saco". Tá, eu sei. Tem hora que é um saco mesmo. Não sou mãe, mas tenho dois irmãos pequenos (a Sofia de 9 e o Felipe de 5) e convivo com um monte de primos da família do maridão.

Experimente dar fruta para a criança. Você pode se surpreender! Foto: Ramstein.af.mil
Sei que criança faz birra, é movida a "Duracell" e que cansa a cabeça. Mas dizer não é necessário! Uma conduta que principalmente hoje, no Dia das Crianças, merece reflexão, não é mesmo?

Foto da Capa: Pxhere.com

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