Venho de uma família de mestres cervejeiros. Produzimos a Hagen e a Brucke, as melhores cervejas do mundo! Eu até já falei da minha irmãzinha aqui: uma mestre de mão cheia. E, por conta dessa proximidade com a bebida, adoro experimentar novas receitas, principalmente as artesanais.
Na Argentina, infelizmente, não tive tempo para procurar uma bebida diferenciada. Mas conheci a Quilmes, também vendida no Brasil, e adorei. Claro, a cerveja não tem nada de especial. Mas é uma bebida, ao meu ver, honesta.
É leve, suave, refrescante e tem uma espuma razoavelmente encorpada. Tá, ela não tem notas de café, damasco, ou coisas do gênero mas é bem saborosa. Sem falar que é uma cerveja barata e infinitamente melhor que uma Skol, por exemplo.
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Apreciando a Quilmes, uma das cervejas mais consumidas na Argentina. |
Por falar em produção, a bebida é fabricada em larga escala desde 1888 na cidade de Quilmes, localizada a 16 Km de Buenos Aires.
Quilmes, no caso, é uma homenagem à cidade onde a primeira fábrica foi instalada, famosa, inclusive, por um triste massacre.
Para que não sabe, eu não fazia ideia, no século XVII, a tribo indígena Quilmes vivia nas proximidades de Tucumán, no noroeste argentino. Tudo ia bem até que os colonizadores espanhóis resolveram expulsá-los. Os índios Quilmes travaram uma sangrenta batalha com os europeus e acabaram perdendo as suas terras.
A aldeia foi abandonada em 1810 e virou uma cidade fantasma. Os índios Quilmes caminharam quase mil quilômetros a pé, cruzando o território argentino até chegarem no local que hoje recebe a identificação da etnia deles.
Quilmes, atualmente, é não só o lar desse povo indígena como também de outros quase 600 mil habitantes. Uma cidade pacata, conhecida por suas belas praias e paisagens naturais praticamente intocadas. Nada que faça lembrar, nem de longe, a tristeza por trás do nome.
O inaceitável fato ainda hoje é motivo de revolta e de luta do povo Quilmes, que reivindica junto ao governo argentino o retorno da tribo à terra ancestral deles.
Uma forma de compensação pelas injustiças do passado já que, além das terras, centenas de índios perderam a vida da batalha e durante o percurso forçado do Vale Ocidental dos Andes até o sul de Buenos Aires.
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Distribuição da Cerveja Quilmes em 1910. Foto: Creative Commons/Wikimedia.org |
Para que não sabe, eu não fazia ideia, no século XVII, a tribo indígena Quilmes vivia nas proximidades de Tucumán, no noroeste argentino. Tudo ia bem até que os colonizadores espanhóis resolveram expulsá-los. Os índios Quilmes travaram uma sangrenta batalha com os europeus e acabaram perdendo as suas terras.
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Ruínas de Quilmes, Tucumán, Argentina. Foto: Kevin Jones (Kj-an)/Creative Commons/Wikimedia.org |
Quilmes, atualmente, é não só o lar desse povo indígena como também de outros quase 600 mil habitantes. Uma cidade pacata, conhecida por suas belas praias e paisagens naturais praticamente intocadas. Nada que faça lembrar, nem de longe, a tristeza por trás do nome.
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Praça San Martín na cidade de Quilmes, na Argentina. Foto:Quilmeño89/Creative Commons/Wikimedia.org |
Uma forma de compensação pelas injustiças do passado já que, além das terras, centenas de índios perderam a vida da batalha e durante o percurso forçado do Vale Ocidental dos Andes até o sul de Buenos Aires.
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Ruínas Quilmes, a Cidade Sagrada vista do alto. Foto: Fernando Pascullo/Creative Commons/Wikimedia.org |
E a história? Bem, esse acontecimento lamentável mas que parece não ter afetado em nada o comércio de Quilmes no país dos nossos "hermanos".
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A Quilmes, na Argentina, tem ótima aceitação no mercado. Foto: reprodução Vimeo. |
Na Argentina, a Quilmes é a líder absoluta do ramo, com 75% das vendas. Lá a Quilmes pode ser encontrada em várias versões, mas a garrafa de um litro é o tamanho clássico da marca. Em Brasília, eu costumo comprar o produto por R$ 12,00 o litro.
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