Viajar para a Argentina e para o Uruguai com o meu marido foi, simplesmente, fantástico. Como eu pude demorar 35 anos pra conhecer esses países? É tudo tão lindo e tão perto do Brasil.
Falando nisso, o Paraguai é outra excelente dica, viu? Nós também adoramos. São viagens imperdíveis para quem adora visitar museus, passear por ruas históricas e apreciar uma gastronomia de qualidade.
Na Argentina e no Uruguai foram 15 dias de um roteiro perfeito. Conhecemos muitas cidades e vivenciamos experiências que marcaram para sempre nossas almas. Recomendo demais. Sem dúvida, vale a pena conhecer os nossos países vizinhos.
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O outro lado da porta. O ponto de vista de quem está na Cidade Velha. |
Na capital uruguaia, um dos passeios mais incríveis é andar pela famosa Cidade Velha. O bairro começou a ser construído em 1724 e é o mais antigo de Montevidéu. Uma maneira interessante de começar a conhecer a "Ciudad Vieja" é passar pela "Puerta de la Ciudadela". O marco está localizado na Praça da Independência, que é a divisão física entre o centro de Montevidéu e a Cidade Velha.
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"Torre Ejecutiva", sede da presidência do Uruguai. |
Mas antes de passar pelo belíssimo portal, reserve um tempinho para apreciar os monumentos da igualmente conhecida Praça da Independência. Além da Torre Executiva, que é a sede do governo uruguaio, e da imponente construção de pedra, outros dois monumentos merecem ser vistos: a estátua do General José Gervásio Artigas e o mausoléu que abriga os restos mortais dele.
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Estátua de José Artigas. Ao lado, a escadaria que leva ao mausoléu do General. |
Eu não sabia que esse uruguaio, que viveu no século XVIII, era tão importante para o país. E isso, para mim, é o mais bacana de viajar. Visitando o túmulo dele descobri que José Artigas foi o primeiro general do Rio da Prata a vencer em combate as tropas leais à Coroa Espanhola durante as lutas pela independência do que hoje conhecemos por Uruguai. Por isso que ele é tão querido e que tem uma sepultura tão pomposa.
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Conhecendo o mausoléu que abriga os restos mortais do General Artigas. |
Saindo da Praça da Independência, depois de conhecer a história do general Artigas, eu tive a minha melhor experiência gastronômica em Montevidéu. Bem pertinho do portal de entrada para a Cidade Velha fica o "
Estrecho", o restaurante mais bacana que eu conheci na capital uruguaia.
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Uma das melhores coisas de viajar é conhecer a gastronomia local. |
O Estrecho é um restaurante simples, elegante e barato. Daqueles locais que agradam qualquer cozinheiro ou amante da boa gastronomia. A casa funciona num espaço bem pequeno e estreito, daí a origem do nome.
Como não existem mesas, todos são atendidos no balcão. E isso é outro diferencial positivo do restaurante: poder ver bem de perto a cozinha funcionando. Não sei como é para você, mas eu acho essa movimentação de cozinheiros, ajudantes e garçons um espetáculo tão incrível quanto ver a minha comida pronta.
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Você vê a comida sendo feita e come no próprio balcão. |
No Estrecho o cardápio é bem pequeno, mas as opções são bem criativas: dois tipos de sanduíches gourmets (lombo e salmão), três saladas, um prato com peixe, outro com filet mignon e outro com frango. Ou seja, bem difícil não agradar o freguês.
Sem falar que a apresentação dos pratos é impecável, o que já te faz querer devorar tudo um poucos minutos. Eu pedi a baguete de salmão com wasabi e abacate. Estava fantástica. Uma excelente combinação de aromas e texturas.
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Sanduíche de salmão com wasabi e abacate do restaurante Estrecho, em Montevidéu. |
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O saboroso enfeite do meu prato: detalhe que faz a diferença. |
Meu marido optou pelo filet com batatas douradas, cenoura, lascas de queijo parmesão e redução de aceto balsâmico. Eu provei e achei muito gostoso também. Aliás, foram dois pratos saborosos e bem servidos.
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Filet Mignon com batatas douradas, cenouras, lascas de queijo parmesão e redução de aceto balsâmico do restaurante Estrecho, em Montevidéu. |
Olhando as fotos, pode até parecer pouca comida. Mas nós nem conseguimos pedir a sobremesa. Uma pena já que a proprietária e Chef do restaurante é francesa e o creme Bruleé é uma das especialidades da casa.
Outra vantagem do Estrecho é que os preços não são nada de outro mundo. Apesar de lindas e deliciosas, as preparações são têm preço justo. A minha baquete de salmão defumado saiu por 215 pesos uruguaios e o prato do filet mignon do maridão ficou em 310 pesos uruguaios. Achamos o valor final da conta bem razoável. Sem dúvida, valeu cada peso gasto no Estrecho.
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O restaurante Estrecho, na capital uruguaia, é pequeno e fica sempre lotado. |
Como o restaurante é bem pequeno, e só cabem vinte pessoas comendo ao mesmo tempo, se você não quiser esperar para conseguir um banco, a dica a reservar com antecedência. Outra coisa: o Estrecho só abre pra almoço e só funciona de segunda a sexta até às 4 da tarde. O restaurante também não aceita nenhum cartão de crédito.
Nós saímos de lá bem satisfeitos e, para ajudar na digestão, continuamos nosso passeio a pé pela Cidade Velha. Bem pertinho do Estrecho, seguindo pela rua Sarandí, encontramos a
Escola de Artes e Artesanato Dr. Pedro Figari. O prédio da instituição é tão bonito que chama a atenção de quem passa pela porta dele. Difícil resistir e não entrar.
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Fachada da Escuela de Artes y Arte e Artesanías Dr. Pedro Figari. |
Como estávamos com tempo, resolvemos conhecer o espaço e admirar as obras. Um local que, sem dúvida, merece ser visitado. E é só chegar e entrar, viu? Não precisa parar nada não.
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Interior da Escola de Artes e Artesanato Dr. Pedro Figari, em Montevidéu. |
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Escultura em exposição no pátio central do edifício. |
Depois de conhecer a escola, voltamos caminhando sentido Praça da Independência, que é o início da Cidade Nova. E resolvemos visitar o grandioso
Teatro Solís.
O nome do belíssimo teatro é uma homenagem ao navegante espanhol Juan Díaz de Solís, comandante da primeira expedição européia a navegar pelo Rio de la Plata. O Teatro Solís foi inaugurado em 1856 com a apresentação da ópera Ernani, de Verdi.
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Fachada do Teatro Solís, em Montevidéu. |
De acordo com especialistas, a fachada principal do Solís é inspirada na do
Teatro Carlo Felice, em Gênova, na Itália. Já a forma ligeiramente elíptica lembra a do
Teatro alla Scala, em Milão. Já o suntuoso interior mantém uma semelhança notável com outro teatro italiano, o
Teatro Metastasio di Prato, perto de Florença.
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O Teatro Solís recebe desde óperas a espetáculos teatrais. |
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Detalhe do belíssimo lustre de cristal Baccarat. |
Mineira que sou, arrisco dizer que o Teatro Solís faz lembrar o belíssimo
Teatro Municipal de de Sabará. Meu marido, que não conhece a histórica cidade mineira, não acreditou muito na semelhança não. Mas, guardadas as devidas proporções, eu achei bem parecido. Acho que é porque os dois teatros são inspirados no formato do
teatro Elisabetano.
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Teatro Municipal de Sabará. Foto: solarcortereal.com.br |
Se você conhece o maravilhoso teatro da mineira Sabará e quiser tirar a prova, as
visitas guiadas ao teatro Solis são realizadas diariamente e duram 45 minutos. Não é de graça, mas o valor cobrado é irrisório: 20 pesos por pessoa (cerca de 2 reais). A visitas guiadas em português custam um pouco mais: 50 pesos, ou 5 reais e
precisam ser agendadas.
Para saber mais sobre a nossa incrível viagem pelo Uruguai acesse o "
Próximo Embarque" e aproveite as dicas do meu maridão, o jornalista Thiago Inter, para programar as suas férias. O "
Próximo Embarque" é um excelente diário de viagem escrito por quem, de fato, colocou os pés no mundo. Lá você encontra o meu roteiro completo do
tour pelo Uruguai e de vários outros países que visitei com o meu maridão.
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