Não foi a primeira vez que estive na capital paulista, mas confesso que a visita, na companhia dos meus colegas do curso de Cozinheiro do Senac Minas, foi uma das mais proveitosas que já fiz à cidade.
Em apenas dois dias realizamos um verdadeiro tour gastronômico. Conheci o chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó, conversei com o mestre Alex Atala e comi o tradicional pastel luso-brasileiro do Hocca Bar lá no Mercado Municipal Paulistano. Do Atala eu já falei bastante na matéria "A Comida de Brigada que conquistou o salão".
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Rodrigo Oliveira, o chef do Mocotó. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
O seu Zé Almeida foi um dos muitos pernambucanos que, no início dos anos 70, deixou o sertão para "tentar a sorte" em São Paulo. Na metrópole, começou vendendo as delícias do nordeste numa espécie de empório localizado na Vila Medeiros, na zona norte da capital paulista.
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Seu Zé Almeida, fundador do restaurante Mocotó. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
O que não significa dizer que ele abandonou o negócio. Quando visitamos a casa, em março de 2012, seu Zé Almeida estava lá. Como um belo anfitrião, seu José ficou circulando pelo salão, tirando fotos com os clientes e contando histórias do Mocotó.
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Foi uma alegria enorme poder ouvir as histórias do seu Zé Almeida sobre o restaurante Mocotó. |
Durante nossa visita, o Rodrigo nos contou que essa valorização dos ingredientes da terra natal foi algo que ele aprendeu com o pai muito antes de assumir a chefia da equipe. Desde os 13 anos o Rodrigo passava as tardes e os finais de semana ajudando no restaurante.
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Valorizar os ingredientes nacionais é prerrogativa do Chef Rodrigo Oliveira. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
O Rodrigo não é bom só porque estudou gastronomia ou porque passou por diversos restaurantes renomados ou, ainda, porque administra uma casa de sucesso. O cozinheiro Rodrigo Oliveira é destaque, e exemplo a ser seguido, porque aprendeu desde muito cedo a ter cuidado com o alimento e respeito pela comida.
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Pudim de tapioca servido no restaurante Mocotó. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
Ao comer no Mocotó fica claro que experimentar uma inesquecível refeição independe de talheres de prata ou taças de cristal. Pelo mesmo motivo, o Mocotó continua funcionando na Vila Madalena. Ficou famoso, mas não saiu da periferia. O restaurante é bem decorado? Claro. As mesas são limpíssimas e bem postas? Com certeza. Mas a grande estrela ali, sem dúvida, é a comida nordestina.
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Baião de Dois, um dos pratos nordestinos mais pedidos no Mocotó. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
Aliás esse, na minha opinião, é o único defeito do Mocotó: ser disputadíssimo entre os clientes. Para comer lá tem que ter muita paciência para enfrentar uma longa fila de espera.
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A espera por uma mesa no Mocotó foi tão longa, que nós começamos os trabalhos na calçada, do outro lado da rua. |
Mas valeu a demora. Outro aperitivo incrível que te ajuda a passar o tempo mais feliz é o famoso dadinho de queijo coalho. Como massa de tapioca frita pode ser tão algo bom? É tão simples que nem dá para acreditar.
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Dadinhos de Tapioca, paixão nacional criada pelo Chef Rodrigo Oliveira. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação |
Cerca de 50 mil dadinhos são fritos e vendidos todo mês no restaurante nordestino. Para fazê-lo em casa, basta misturar 250 gramas de tapioca granulada com 250 gramas de queijo coalho e acrescentar ½ litro de leite integral bem quente, mexendo sempre para não empelotar.
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Você pode fazer o famoso prato do Mocotó na sua casa. A receita é simples. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
Você também pode fazer o dadinho vegano usando leite de soja e tofu. E pra quem não é fã de fritura, dá para assar os cubinhos. É só colocar os dadinhos cortados numa forma antiaderente e levar ao forno pré-aquecido em 180 graus Celsius por, aproximadamente, 40 minutos.
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Fritar, em vez de assar, deixa os dadinhos ainda mais crocantes. Foto: Mocotó Bar e Restaurante / divulgação. |
Para o molho, você pode inventar a sua receita ou, quando for em São Paulo, compra-lo no Mocotó. Lá, num canto do salão, numa espécie de mini empório, ficam expostos vários produtos artesanais servidos no restaurante da Vila Medeiros. Dentre as delícias que você também pode saborear na sua casa eu destaco as cachaças. Todas imperdíveis.
Para saber mais da história do Mocotó, do seu Zé almeida e do Chef Rodrigo Oliveira a dica é ler o livro "Mocotó - O Pai, o Filho e o Restaurante".
Na obra, publicada pela editora Melhoramentos, você encontra, ainda, o passo a passo de algumas delícias servidas no Mocotó e um completo dicionário dos ingredientes da culinária sertaneja: farinhas, feijões e carnes-secas.
Para saber mais da história do Mocotó, do seu Zé almeida e do Chef Rodrigo Oliveira a dica é ler o livro "Mocotó - O Pai, o Filho e o Restaurante".
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As duas gerações do Mocotó: Zé Almeida e o Chef Rodrigo Oliveira. Foto: Rodrigo Oliveira / divulgação. |
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